A goleira de duas metas (Meg)

Parte de As pioneiras do futebol pedem passagem: conhecer para reconhecer . páginas 30 - 45

Resumo

No início da década de 1980, o futebol de mulheres no Brasil ainda engatinhava em função da sua não regulamentação. As federações e associações esportivas não podiam e nem demonstravam interesse em oficializar a modalidade. Ainda assim, apesar do impedimento legal, elas ocuparam esse espaço e, desafiando as regras e convenções sociais, fizeram o futebol acontecer nas suas mais distintas regiões. Em jogos preliminares, eventos beneficentes, nas ruas, praias, praças, parques, ginásios e campinhos as mulheres se apropriaram desse esporte e, nas suas diferentes manifestações, demonstraram que ele também podia ser seu. Sem estrutura ou orientação específica de treino, a grande maioria das jogadoras buscou por si mesmas formas de se aprimorar técnica, tática e fisicamente. Por força das circunstâncias, se tornaram autodidatas em meio à escassez de iniciativas voltadas para o fomento do seu futebol, que só sobreviveu por conta da desobediência e da insistência delas.