Editora Intermeios. Brasil 2019. None páginas.

Sobre

Eis que a política volta a ser assunto no espectro dos estudos esportivos. Ela fez parte da proto-história desses estudos, numa abordagem que se pretendia crítica, à diferença da narrativa da indústria esportiva. Deste projeto surgiram as investigações pioneiras, ao longo dos anos de 1970 e 80, que se seguiram dali em diante em vários campos das ciências sociais. No entanto, observando-se os títulos desses trabalhos, ver-se-á que a “história” vem predicada de “social” e/ou “cultural”, ficando a política em segundo plano. Um dos méritos da tese de Giglio agora transformada em livro foi recolocar a política no centro da cena esportiva, com uma investigação voltada às tensões que permearam a relação entre a FIFA e o COI, tendo o futebol como objeto de disputa. Trata-se de um trabalho primoroso, que lidou com fontes de origens distintas - periódicos convencionais, boletins olímpicos do COI, entrevistas com ex-jogadores de futebol, entre outras – e uma pista teórica profícua, do historiador inglês Eric Hobsbawm, para quem o futebol impregnou-se do ethos das classes trabalhadoras, tornou-se um esporte de massa e sacudiu a moral aristocrática que os burgueses pretenderam imprimir ao esporte. É seguindo o rastro das discutas em torno da presença/ausência do futebol nos Jogos Olímpicos que Giglio vai reconstruindo aquele que talvez tenha sido o principal debate esportivo do século XX: a disputa entre amadorismo e profissionalismo. 

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