Resumo

A inclusão de alunos com necessidades especiais e limitações cognitivas, motoras e comportamentais, tem sido alvo de discussões na educação, sendo analisadas formas para a participação das mesmas no âmbito escolar. Dentre esses, os deficientes visuais encontram-se presentes nas escolas e é necessário um olhar direcionado do profissional para a inserção desses alunos nas aulas práticas de educação física. O presente estudo trata da necessidade da vivência das lutas adaptadas para deficientes visuais através do judô, para graduandos de educação física, assim desenvolvendo noções e habilidades para iniciar a inclusão nas aulas práticas de educação física escolar, quando graduado. O objetivo geral da atividade foi vivenciar técnicas da iniciação de lutas de agarre para alunos cegos e/ou baixa visão, ou seja, ter a experiência dos alunos que possuem deficiência visual na prática das lutas, além de analisar e desenvolver atividades lúdicas para esses discentes. O trabalho se justifica pela necessidade da pouca demanda disciplinar nos projetos políticos pedagógicos das instituições superiores de ensino. Metodologia: O estudo proposto trata de um relato de experiência, realizado na Universidade Federal de Pernambuco por 32 alunos do terceiro período de educação física do Campus de Vitória de Santo Antão, como atividade imposta na disciplina estudos práticos 2, composta por Judô e Natação. A atividade proposta foi desenvolver um plano de aula passível de ser utilizado no ambiente escolar. Dessa maneira, o grupo propôs a vivência da modalidade agarre no judô, para deficientes visuais no ensino fundamental 2. Os alunos foram vendados e instruídos no tatame por comandos auditivos a fazerem as atividades propostas no plano produzido. Foram realizados alongamentos individuais e em duplas; atividades de aquecimento de forma lúdica musicada. As práticas do agarre, foram feitas em etapas: agachados, semi ajoelhado, ajoelhado e em pé, com o intuito de desestabilizar o oponente. Finalizando a atividade com ‘marco polo’, uma prática onde o único auxílio é a audição. Um jogador é escolhido como o “pega”. Este jogador fecha os olhos e tenta localizar e marcar os outros jogadores sem o uso da visão.