A importância do treinamento resistido na força, funcionalidade de membros inferiores e amplitude de movimento em idosos com doenças musculoesqueléticas
Por Luciana Mastandrea (Autor), Sandro Soares (Autor), José Maria Santarem (Autor), Hélena Dalla Bernardina (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A força dos membros inferiores (MMII) desempenha um papel importante para a realização de atividades diárias, como levantar-se de uma cadeira, subir escadas e caminhar. A redução da amplitude de movimento nessa faixa etária pode estar associada à fraqueza muscular, impactando diretamente na qualidade de vida. O treinamento resistido (TR) tem se mostrado eficaz no aumento da força muscular e na melhora da funcionalidade. Objetivo: Investigar os efeitos do TR na força muscular, funcionalidade e amplitude de movimento (ADM) em idosos após doze meses de TR. Métodos: Foram avaliados 180 idosos (122 mulheres e 58 homens) com idade média de 69,34 ± 5,36, todos diagnosticados com doenças musculoesqueléticas nos MMII. As avaliações físicas foram realizadas no início do estudo e após 12 meses de TR. Os testes aplicados foram: sentar e levantar em 30 segundos (SL), Time up and go (TUG), força de preensão manual (FPM). A massa gorda (MG) e a massa muscular esquelética (MME), foram analisadas por bioimpedância e a ADM pela goniometria. O protocolo de TR foi realizado duas vezes por semana, com exercícios de musculação para todo o corpo, em quatro séries: duas de aquecimento e duas principais, com 8 a 12 repetições e intervalos de 1 minuto entre as séries. Para avaliar as diferenças ao longo do tempo, foi aplicado o teste t para amostras emparelhadas considerando-se um valor de p < 0,05 como estatisticamente significativo. As análises estatísticas foram realizadas pelo software Jamovi. Resultados: Houve uma diminuição significativa no percentual da MG (p = 0,016) e aumento na MME (p = 0,028). Os participantes apresentaram melhoras significativas no teste SL (p < 0,001). Não foram observadas diferenças significativas no peso, IMC, FPM e no teste TUG. Em relação à ADM, houve um aumento significativo na flexão do quadril esquerdo (p< 0,001), nas rotações interna direita e esquerda de quadril (p = 0,005 e p < 0,001, respectivamente), na flexão dos joelhos direito (p < 0,001) e esquerdo (p = 0,001). No entanto, não foram encontradas diferenças significativas na flexão do quadril direito e nas flexões dos tornozelos direito e esquerdo. Conclusão: O treinamento resistido mostrou-se eficaz no aumento da amplitude de movimento e da força muscular nos membros inferiores de idosos com doenças musculoesqueléticas. Contudo, mais estudos são necessários para avaliar os efeitos do TR em outros parâmetros funcionais nessa população.