Resumo

A força dos membros inferiores (MMII) desempenha um papel importante para a realização de atividades diárias, como levantar-se de uma cadeira, subir escadas e caminhar. A redução da amplitude de movimento nessa faixa etária pode estar associada à fraqueza muscular, impactando diretamente na qualidade de vida. O treinamento resistido (TR) tem se mostrado eficaz no aumento da força muscular e na melhora da funcionalidade. Objetivo: Investigar os efeitos do TR na força muscular, funcionalidade e amplitude de movimento (ADM) em idosos após doze meses de TR. Métodos: Foram avaliados 180 idosos (122 mulheres e 58 homens) com idade média de 69,34 ± 5,36, todos diagnosticados com doenças musculoesqueléticas nos MMII. As avaliações físicas foram realizadas no início do estudo e após 12 meses de TR. Os testes aplicados foram: sentar e levantar em 30 segundos (SL), Time up and go (TUG), força de preensão manual (FPM). A massa gorda (MG) e a massa muscular esquelética (MME), foram analisadas por bioimpedância e a ADM pela goniometria. O protocolo de TR foi realizado duas vezes por semana, com exercícios de musculação para todo o corpo, em quatro séries: duas de aquecimento e duas principais, com 8 a 12 repetições e intervalos de 1 minuto entre as séries. Para avaliar as diferenças ao longo do tempo, foi aplicado o teste t para amostras emparelhadas considerando-se um valor de p < 0,05 como estatisticamente significativo. As análises estatísticas foram realizadas pelo software Jamovi. Resultados: Houve uma diminuição significativa no percentual da MG (p = 0,016) e aumento na MME (p = 0,028). Os participantes apresentaram melhoras significativas no teste SL (p < 0,001). Não foram observadas diferenças significativas no peso, IMC, FPM e no teste TUG. Em relação à ADM, houve um aumento significativo na flexão do quadril esquerdo (p< 0,001), nas rotações interna direita e esquerda de quadril (p = 0,005 e p < 0,001, respectivamente), na flexão dos  joelhos direito (p < 0,001) e esquerdo (p = 0,001). No entanto, não foram encontradas diferenças significativas na flexão do quadril direito e nas flexões dos tornozelos direito e esquerdo. Conclusão: O treinamento resistido mostrou-se eficaz no aumento da amplitude de movimento e da força muscular nos membros inferiores de idosos com doenças musculoesqueléticas. Contudo, mais estudos são necessários para avaliar os efeitos do TR em outros parâmetros funcionais nessa população.

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