A Inclusão Como Rede e os Currículos de Formação em Educação Física
Por Roseli Belmonte Machado (Autor).
Parte de Inclusão e Diferença . páginas 95
Resumo
O poder funciona. O poder se exerce em rede e, nessa rede, não só os indivíduos circulam, mas estão sempre em posição de ser submetidos a esse poder e também de exercê-lo. Jamais eles são o alvo inerte ou con- sentido do poder, são sempre seus intermediários. Em outras palavras, o poder transita pelos indivíduos, não se aplica a eles (FOUCAULT, 2010, p. 26).
As discussões sobre os processos de inclusão, felizmente, têm tomado a agenda de diversos setores, organizações, campos midiáticos, instituições e grupos de trabalho. A exemplo disso estão os debates realizados por este Grupo Temático de Trabalho do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, hoje nomeado como Inclusão e Diferença. Compreender a importância do tema inclusão nos debates abrange uma mirada para posições, opiniões e análises distintas que, para além dos reducionismos entre certo e errado, bem e mal, benevolente ou lesivo, deve procurar a realização de uma apre- ciação comprometida com uma crítica reflexiva sobre os modos como os processos inclusivos têm se estabelecido e seus efeitos na constituição de racionalidades e subjetividades. Além disso, para discutir processos inclusi- vos é preciso olhar para a multiplicidade de diferenças que são produzidas em nossa sociedade, refletindo sobre o modo como se conduz e se busca governar essas diferenças.
No intuito de colaborar com as discussões que se enquadram nesse escopo, este capítulo traz à tona uma problematização sobre o modo como nos constituímos numa racionalidade inclusiva. Inicia trazendo um modo de olhar sobre normalidades, anormalidades e inclusão e, logo após, mostra a ideia de uma inclusão que atua em rede. Em seguida são discutidos certos efeitos desse processo no tocante à formação de professores de Educação Física.