Resumo

Este estudo teve como objetivo investigar o nível de desempenho motor nas habilidades motoras fundamentais e a relação do mesmo com as oportunidades de prática vivenciadas no contexto familiar e escolar de meninos e meninas entre 03 anos e 06 anos e 11 meses de idade, matriculados na rede de ensino da cidade de Erechim/RS. Uma amostra de 117 crianças, de ambos os sexos, foi avaliada através do TGMD-2 – Test of Gross Motor Development, em dois momentos distintos. Para a avaliação do contexto foi aplicado questionário sobre a rotina de vida diária, de Neto e Serrano (BERLEZE, 2002),para os pais; e, uma entrevista semi-estruturada com as professoras. Para a análise das médias de desempenho motor das crianças, nos diferentes grupos etários, foi utilizado o ANOVA, com Testes de Continuidade (Tukey HSD Post Hoc Testes). Para a análise das médias de desempenho motor das crianças, por gênero, foi utilizado o Teste t para Amostras Independentes. Análises de Variância (ANOVA) foram conduzidas no Quociente Motor e nos Escores Padrão dos sub-testes de Locomoção e Controle de Objetos do TGMD-2 das crianças participantes. Testes de Continuidade (Tukey HSD Post Hoc Tests) foram realizados sempre que a interação foi significativa. Testes t para Amostras Independentes foram conduzidos para avaliar, por gênero, a influência das atividades cotidianas no Quociente Motor e nos Escores Padrão dos sub-testes de Locomoção e Controle de Objetos do TGMD-2 das crianças participantes. O Teste de Correlação de Pearson foi conduzido para identificar relações entre o Quociente Motor, Escore Padrão para Locomoção e Escore Padrão para Controle de Objetos e as atividades nas quais as crianças deste estudo envolvem-se no contexto familiar e escolar. Os resultados sugerem que as crianças mais novas apresentam desempenho motor superior às mais velhas, porém não foram identificadas diferenças significativas entre os gêneros. Quanto à influência das atividades vivenciadas no contexto familiar e escolar, em relação às idades, percebe-se que as crianças mais velhas recebem maiores oportunidades de prática do que as mais jovens, porém em relação ao gênero, os resultados sugerem que as oportunidades de prática estão sendo equivalentes para meninos e meninas. As relações evidenciadas pelo estudo de que as crianças que possuem contexto familiar e escolar favorável à prática apresentam desempenho motor mais adequado à sua fase de desenvolvimento não são suportadas como um todo, pois os resultados revelaram também que as crianças mais novas apresentaram médias de competência motora superiores às crianças mais velhas. Isto permite reforçar a idéia de que não basta apenas proporcionar a prática, mas sim oportunizar vivências com instrução adequada, em espaço físico apropriado, com níveis de exigência próprios às idades e com incentivo equivalente para meninos e meninas.

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