A Influência das Alterações Posturais na Qualidade de Vida do Idoso
Por Katiuscia Aparecida Moreira de Oliveira Mendes (Autor).
Integra
INTRODUÇÃO:
A inversão dos perfis da população de jovem para envelhecida é um fato mundial e dinâmico que pode ser observado também na sociedade brasileira. A escolha pelo tema, pode ser justificada não só pelo aumento significativo da população idosa, mas principalmente pela importância que esta têm em nossa sociedade.
Atualmente, problemas posturais têm sido considerados uma gravidade de saúde pública, pois atingem a população economicamente ativa, e estes fatores as deixam incapacitadas temporária ou definitivamente para as atividades profissionais e da vida diária. É comum a ocorrência de transtornos posturais em idosos, decorrentes dos processos fisiológicos de involução.
As dificuldades de manutenção de uma boa postura que exige um mínimo de estabilidade da coluna vertebral, das articulações e tônus muscular que suportam grande parte da sobrecarga do nosso corpo são acentuadas à medida que a idade avança. A observação das posturas adotadas por pessoas idosas em aulas de atividades físicas para a idosos, deveria ser subsidiada cientificamente e isso não é observado na Geriatria e nem na Gerontologia, principalmente a nível local.
Dentre estes problemas destacam-se as alterações posturais que interferem na qualidade de vida do Idoso.Neste estudo, os objetivos são: Evidenciar os mecanismos das alterações posturais em idosos; investigar e caracterizar os problemas acarretados pelas alterações morfológicas do envelhecimento e Identificar a Influência das Alterações
Posturais na Qualidade de Vida do Idoso.
METODOLOGIA:
A pesquisa de campo é do tipo: Descritiva Qualitativa e Quantitativa, foi desenvolvida na "CASA DO IDOSO", um posto de saúde do município de Belém, foram selecionadas idosos na faixa etária de 60 a 80 anos que apresentavam patologias ligadas a alterações posturais.
A população amostra constou de 35 idosos que freqüentavam as sessões de fisioterapia da casa de saúde, no turno da manhã. Dos 35 sujeitos da pesquisa, 40% (14 pessoas), participaram respondendo ao questionário, e os demais participaram fornecendo dados sobre diagnóstico fisioterápico contidos nas fichas cadastrais e prontuários da Casa de saúde.
Utilizou-se a pesquisa com entrevistas dirigidas fazendo uma análise clínica da população alvo, aplicando o questionário e coletando dados nas fichas de avaliação postural sobre quais as patologias posturais mais freqüentes no envelhecimento. O protocolo utilizado na pesquisa de campo deste estudo foi o SF-36 - Medical Outcome Study-Mos Short Form Health Survey, (Ware Jr., 1994).
A tradução do SF-36 para o português, foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Ciconelli et al, 1999). Salvetti (2000), realizou uma segunda validação com a população em geral do Município de São Paulo.
O SF-36 é um instrumento com 36 perguntas, avalia dimensões genéricas sobre a saúde, Nesta pesquisa, não foram consideradas todas as dimensões do instrumento, pois o interesse desta, era somente mensurar a percepção da capacidade funcional, dos aspectos sociais, saúde mental e estado geral de saúde.
RESULTADOS:
A utilização do questionário SF-36 possibilita a visualização de sete aspectos que compõem as dimensões da qualidade de vida (Capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental).
Para esta pesquisa, não foram consideradas todas as dimensões que o instrumento avalia, pois o interesse dessa, foi somente para as dimensões que mensuram a percepção da capacidade funcional, da limitação dos aspectos físicos, da dor, e do estado geral de saúde.As pontuações das dimensões de qualidade de vida, classificadas neste instrumento, vão de 0 (zero), pior estado de saúde, a 100 (cem), melhor estado de saúde possível.
Na análise dos resultados, encontrou-se grande incidência de alterações posturais em todos os idosos pesquisados. As assimetrias e desvios foram mais evidenciados nos casos de lombalgias e cervicalgias, em todas as faixas de idade estudadas houve uma tendência à instalação de cifose e lordose.
As alterações podem ser decorrentes de fatores hereditários, auto-estima, vícios de postura, sobrecargas excessivas decorrentes do tipo de trabalho e patologias do sistema locomotor onde as pessoas adquirem uma postura com desvios a fim de minimizar a dor.
Aspectos como: dor, limitação dos aspectos físicos e capacidade funcional, encontram-se abaixo de 50% do total da pontuação e isto pode exercer grande influência para baixos padrões de qualidade de vida.
CONCLUSÕES:
Neste estudo, verificou-se que muitas são limitações para que o idoso possa usufruir de condições mínimas de qualidade de vida, entre elas a incapacidade física, a dor e o estado geral de saúde. O envelhecimento não deve ser um fardo, mas sim uma fase da vida em que a pessoa possa e deva continuar realizando suas atividades de vida diária de maneira normal e independente. Deve-se pensar no envelhecimento como parte do processo de crescimento e desenvolvimento do ser humano.
Isto mostra que com o aumento da expectativa de vida a população idosa tem demonstrado uma maior preocupação com o estilo de vida provocadas pelas mudanças de comportamento em relação à saúde. Daí a importância da iniciativa de se praticar atividades físicas sistematizadas, tanto com estímulos neuromusculares quanto cardiovasculares este contexto reforça a natureza deste estudo que verificou o quanto o idoso pode estar limitado devido às involuções fisiológicas que ocorrem na velhice.
Sendo assim, enquanto profissional de Educação Física é preciso ter como objetivo contribuir efetivamente com o público idoso com o intuito de estimular uma nova perspectiva de vida, agregando valores inerentes à qualidade de vida.