Resumo
Estudos indicam que um maior tempo em atividades sedentárias está associado negativamente com importantes parâmetros de saúde. Porém, pouco se conhece sobre o padrão de comportamento sedentário prolongado e sua influência em idosos. O presente estudo tem como objetivo investigar a relação entre o padrão de comportamento sedentário com a função física e composição corporal em idosos não institucionalizados. Este foi um estudo transversal que avaliou de 291 idosos (211 mulheres) com idade entre 60 e 89 anos (67,87 ± 6,36 anos). O padrão de comportamento sedentário (tempo total diário e número de sessões prolongadas) foi mensurado objetivamente durante 7 dias consecutivos por meio do acelerômetro tri-axial (GT3X+; ActiGraph). A função física foi avaliada pelos testes: força de preensão palmar, sentar e levantar, sentar e alcançar e caminhada de 6-minutos, Em adição, foi mensurado o índice de massa corporal (IMC), circunferência de cintura (CC) e percentual de gordura (%G). A associação entre as variáveis foi realizada por regressão linear múltipla, com ajuste para fatores de confusão (sexo, idade, cor da pele, escolaridade, renda, tabagismo, tempo de utilização do acelerômetro e atividade física moderada-vigorosa). Foi encontrada associação entre tempo total sedentário com a função física dos idosos. Em relação a duração das sessões em atividade sedentária, foi observado associações positivas e crescentes para o número de sessões de prolongadas com CC (> 10 e ≤ 30 minutos; > 30 e ≤ 50 minutos; > 50 minutos) e IMC (> 10 e ≤ 30 minutos; > 30 e ≤ 50 minutos). Em conclusão, o tempo total sedentário prejudica a função física, enquanto o acúmulo de sessões prolongadas é um preditor mais importante para o excesso de peso corporal e obesidade abdominal em idosos não institucionalizados. Desta forma, recomenda-se que idosos além de diminuir o tempo total sedentário, também evitem períodos (de baixo gasto energético) maior que 10 minutos para prevenir o excesso de peso corporal e obesidade abdominal.