A Influência do Dano Muscular Induzido Pelo Exercício na Responsividade à Potencialização Pós-ativação: Um Estudo a Partir de Saltos com Contramovimento
Por Victor Alvino de Souza (Autor), Renan Vieira Barreto (Autor), Leonardo Coelho Rabello de Lima (Autor).
Resumo
EvidÊncias sugerem que mÚsculos com maior incidÊncia de fibras do tipo II sÃo mais responsivos À potencializaÇÃo pÓs-ativaÇÃo (PAP) devido À sua maior velocidade de contraÇÃo. NÃo obstante, o dano muscular induzido pelo exercÍcio (DM) parece afetar particularmente fibras do tipo II. Considerando que tanto a PAP quanto o DM sÃo frequentemente observados em fibras musculares do tipo II, o presente estudo tem como objetivo avaliar se o DM induzido por exercÍcio pliomÉtrico interfere na capacidade de produÇÃo de forÇa e potÊncia de membros inferiores e se um prÉ-condicionamento de alta intensidade induz o efeito da PAP mesmo numa condiÇÃo de DM. Participaram oito jovens universitÁrios fisicamente ativos, sem experiÊncia recente com treinamento resistido e sem histÓrico de lesÕes nos membros inferiores e na coluna vertebral. Todos os voluntÁrios realizaram cinco saltos com contramovimento (SCM) e trÊs contraÇÕes voluntÁrias isomÉtricas mÁximas (CVIM) de extensÃo de joelho para avaliaÇÃo da altura de salto e capacidade de produÇÃo de forÇa, respectivamente. Os SCM foram avaliados em condiÇÃo controle – sem induÇÃo de PAP – e condiÇÃo experimental – com a induÇÃo da PAP – na qual foi realizado um protocolo de cinco repetiÇÕes mÁximas (5RM) no exercÍcio de agachamento quatro minutos antes. Posteriormente, e nos dois dias subsequentes, os voluntÁrios realizaram os mesmos protocolos de avaliaÇÃo de performance com a presenÇa do DM, induzido por meio de 30 repetiÇÕes de drop-jumps (DJs) com sobrecarga de 20% da massa corporal. A dor muscular foi avaliada antes, imediatamente apÓs e nos dois dias subsequentes ao protocolo de induÇÃo de DM. A capacidade de produÇÃo de forÇa teve uma diminuiÇÃo aparente de 13%, imediatamente apÓs a induÇÃo do DM. ApÓs 24h e 48h, a diferenÇa percentual foi diminuÍda para 8% e 4% respectivamente. (PrÉ: 280,31±59,14; PÓs: 241,97±41,60; 24h: 256,17±52,21; 48h: 267,7±61,63). Em condiÇÃo controle, houve diminuiÇÃo de 3% na altura de salto. Apesar disso, houve um aumento visÍvel de 3% e 7%, respectivamente, nos dois dias subsequentes ao DM (PrÉ: 32,82±6,15; PÓs: 31,98±6,30; 24h: 33,79±6,12; 48h: 34,99±6,03). Houve um aumento sutil na percepÇÃo subjetiva da DOR (PrÉ: 0,41±0,64; PÓs: 0,97±1,16; 24h: 1,68±1,90; 48h: 1,53±1,49) o que corrobora com a ocorrÊncia do DM. Em condiÇÃo experimental, sem DM, a altura de salto, aparentemente, aumentou 6% em relaÇÃo a condiÇÃo controle prÉ DM. Com a presenÇa do DM houve um pequeno aumento aparente, 1%, imediatamente apÓs sua induÇÃo, porÉm nos dois dias subsequentes a PAP nÃo foi capaz de aumentar a altura do salto, o qual diminuiu 1,7% em relaÇÃo a condiÇÃo controle no mesmo perÍodo. Portanto, aparentemente o DM interfere na capacidade de produÇÃo de forÇa e potÊncia, inibindo o efeito da PAP ao longo do tempo. Apoio FAPESP (processo 2018/05671-4).