Resumo

A determinação da intensidade de lactato mínimo (iLM) por meio de um ajuste matemático pode ser influenciada pelo número de pontos e a escolha das intensidades dos estágios incrementais, comprometendo a precisão da estimativa da intensidade de máxima fase estável de lactato (iMFEL). Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar a influência do número de pontos da fase incremental na determinação da iLM em cicloergômetro. 9 homens moderadamente ativos participaram do estudo (22±3 anos;73,4±4,6 kg;178,9±6,9 cm e 16,9±4,7% de gordura). Inicialmente, os sujeitos realizaram o teste de lactato mínimo (LM) (indução à hiperlactacidemia com um teste de rampa, início a 75 W e incrementos de 25 W"min-1, recuperação passiva de 8 minutos e fase incremental com início a 35% da máxima potência alcançada no teste de rampa [MAP] e incrementos de 5% da MAP a cada 3 minutos) para determinação da iLM (iLM-1). Em seguida, para determinar a iLM com menor número de pontos antes da derivada zero (iLM-2), realizou-se um LM idêntico, exceto que a fase incremental teve intensidade inicial correspondente ao valor da iLM-1 menos 10% da MAP. A iLM em ambos os testes foi determinada por meio de ajuste polinomial de segunda ordem. O índice de sucesso foi avaliado considerando como válidos apenas as iLM que apresentaram o valor de a>0 e o coeficiente de determinação (R2)>0,80 do ajuste matemático. A iMFEL foi determinada a partir da realização de 2-3 testes contínuos, sendo considerada a maior intensidade de exercício em que a variação da lactacidemia foi menor do que 1 mmol"L-1 entre o 10° e 30° minuto de exercício. A intensidade, concentração de lactato e a percepção subjetiva de esforço (PSE) correspondentes a iLM-1, iLM-2 e iMFEL foram determinadas. Para comparar as variáveis correspondentes a iLM e iMFEL foi utilizada a ANOVA one-way para medidas repetidas e o posthoc de Bonferroni, se necessário. O teste de correlação de Pearson foi utilizado para verificar a associação. Em todos os casos foi assumido um nível de significância de 5%. A iLM-1 (144,3±17,9 W) foi menor do que a iLM-2 (159,0±21,1 W) e ambos foram menores do que iMFEL (168,9±25,3 W) (p<0,001). Não foram observadas diferenças entre as concentrações de lactato correspondentes a iLM-1 (6,13±1,61 mmol"L-1), iLM-2 (6,51±1,40 mmol"L-1) e MFEL (6,20±0,88 mmol"L-1) (p=0,756). A PSE correspondente a iLM-1 (14,9±1,6) também não foi diferente da iLM-2 (14,8±0,8) e da iMFEL (14,8±1,4) (p=0,974). Foram observadas fortes e significativas correlações entre iLM-1 e iLM-2 (r=0,94 - p<0,001), iLM-1 e iMFEL (r=0,87 - p=0,002), e iLM-2 e iMFEL (r=0,93 - p<0,001). O índice de sucesso para a iLM-1 e iLM-2 foi de 88,9% e 55,5%, respectivamente. Portanto, o número de pontos influenciou no deslocamento da curva do ajuste matemático e alterou a iLM. Ainda, a redução do número de pontos antes da derivada zero diminuiu o índice de sucesso, inviabilizando a utilização do protocolo que determinou iLM- 2.

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