Resumo
Este estudo teve como objetivo estabelecer a influência de duas intensidades de treinamento aerobio sobre a potência aerobia e anaerobia de crianças pré-púberes da cidade de Curitiba/PR. A amostra foi constituída por 35 crianças, entre 8 a 10 anos, divididas em 3 grupos: O grupo"A" (n=12) que realizou treinamento igual ou superior a 70% da FCR, o grupo "B" (n=12) com treinamento igual a 50% da FCR e o grupo "C" (n=11) controle formado por crianças que não realizaram treinamento algum. O treinamento foi ministrado por um período de 2 meses, três vezes por semana. Foi mensurado o índice de massa corporal (IMC) e o percentual de gordura através da equação preditiva de Slaughter (1988); a potência aerobia foi predita pelo teste de 20m de Léger (1988); a potência anaerobia através do teste de Wingate. Para assegurar que todas as crianças eram pré-púberes utilizou-se, além da idade cronológica, a auto-avaliação da maturação sexual secundária (TANNER, 1962). O nível de atividade física habitual foi mensurado pelo recordatorio de gasto energético (BOUCHARD, 1983). Para tratamento estatístico foi utilizada a análise de variância (two-way) para medidas repetidas com p<0,05. Para o IMC, a análise de variância foi significativa para período de testagem F(1,2,32) = 72,48, p= 0,00001, não apresentando efeitos significativos para grupo de treinamento nem para a interação. Para o percentual de gordura (%G), o resultado da análise de variância apresentou significância para grupo de treinamento F(1,2,32) = 4,21, p= 0,02 e entre o período de testagem com F(1,2,32) = 16,39, p= 0,0003, não sendo encontrada diferença significativa para a interação. O resultado da analise de variância na potência aerobia relativa (mlkg"1min~1 ) indicaram diferenças significativas para grupo de treinamento F(1,2,32) = 9,69, p=0,0005, período de testagem F(1,2,32) = 3,98, p=0,05 e interação com F(1,2,32) = 14,49, p=0,00003. Para potência aerobia absoluta (I min"1 ), não ocorreu diferença significativa para grupo de treinamento, mas foi significativa quanto para o período de testagem F(1,2,32) = 51,40, p= 0,0000003 e para a interação F(1,2,32) = 7,59, p= 0,001. Para a potência anaerobia, o pico potência anaerobia absoluta (W) não apresentou diferença significativa para grupo de treinamento, sendo significativa para período de testagem F(1,2,32) = 8,77, p= 0,005 e a interação não foi significativa. A resistência anaerobia relativa (Wkg~1 ) não indicou diferenças significativas para grupo de treinamento, mas observou-se significância para período de testagem F(1,2,32) = 12,73, p=0,001 e a interação não foi significativa. O pico de potência relativo e a resistência absoluta não apresentaram nenhuma diferença significativa. Concluiu-se que as atividades mais intensas, acima de 70% FCR propiciam ganhos significativos na potência aerobia relativa e na potência aerobia absoluta. Atividades de cunho leve com intensidades de 50% FCR não obtiverem diferenças significativas comparadas com o grupo controle. A resposta da potência anaerobia em função do treinamento aerobio não apresentou alterações para esta amostra. Palavras-chave: crianças, treinamento, potência aerobia e anaerobia.