Resumo

O objetivo do presente estudo foi investigar, em um grupo de 14 indivíduos cegos congênitos, na faixa etária de 08 a 13 anos, alunos do Instituto Benjamim Constant do Rio de Janeiro, como a percepção plantar influencia no deslocamento, andando, sem auxílio. Na avaliação da percepção plantar foram utilizadas cinco passarelas de texturas diferentes, além do deslocamento no piso normal de uma quadra de esportes, cimentada. Foram controlados os fatores tempo, número de contatos para completar o percurso de 10 metros, além do número de saídas dos limites laterais e o ponto de chegada ao final do percurso. Os resultados evidenciaram que: (1) há diferença significativa entre os tempos e o número de contatos gastos para o deslocamento dos indivíduos testados, tanto calçados, quanto descalços, de acordo com o tipo de piso, textura e esquadrinhamento tátil proposto; (2) o teste permitiu avaliar a influência da percepção plantar no deslocamento do cego congênito; (3) os indivíduos cegos congênitos quando se deslocaram no piso normal da quadra o fizeram sem que se pudesse caracterizar especificamente a percepção plantar; (4) a utilização de pistas táteis e esquadrinhamento tátil facilita sobremaneira o deslocamento dos cegos congênitos; (5) o tipo de piso, sua textura, pode influenciar no deslocamento calçado em relação ao deslocamento descalço; (6) o ponto de chegada e o número de contatos fora dos limites laterais das passarelas são elementos essenciais para o controle da percepção plantar; (7) sinais característicos, pistas táteis e contrastes de texturas são essenciais para maior exploração do meio-ambiente. Com base nas conclusões do estudo, pode-se sugerir que se utilizem com maior freqüência pistas táteis, com o objetivo de facilitar a orientação e mobilidade dos deficientes visuais, permitindo mais um elemento facilitador de sua integração sensorial e, consequentemente, uma maior organização e competência em nível de resposta motora.

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