A iniciação esportiva no futebol: os referenciais da pedagogia do esporte no auxílio da transformação social
Por Gabriel Martins Borges (Autor), Ana Paula Santos de Santana (Autor), Elson Aparecido de Oliveira (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia do Esporte - CIPE
Resumo
Este relato descreve experiências na disciplina de estágio em Iniciação Esportiva no curso de Educação Física do UNIVAG, ocorrido em um projeto social de futebol na cidade de Cuiabá – MT, com jovens entre 7 e 15 anos de idade. Objetivo: Relatar a atuação como treinador no contexto da iniciação esportiva, a partir de pressupostos da Pedagogia do Esporte. Desenvolvimento: O público composto por meninos e meninas, em sua maioria em vulnerabilidade (econômica, familiar e/ou contextual), treinava três vezes na semana. Grande parte treinava descalço. Não existia um planejamento sistemático dos treinos e o projeto não participava de competições. A filosofia vigente era muito forte, baseada na hierarquia, respeito e disciplina, muito se devia ao fato do professor ser militar. Quando fui auxiliar técnico pude refletir sobre a prática pedagógica, verificando a necessidade de estruturar a iniciação esportiva nos Referenciais da Pedagogia do Esporte, para estimular nos alunos (as) aspectos culturais, socioeducativos e técnico-tático. Assim, quando tive a responsabilidade de ser o treinador, de planejar e aplicar os treinos, busquei apresentar conceitos e práticas tático-técnicas, reforçar valores estrategicamente e incentivá-los a uma cultura de curiosidade sobre o futebol. Não foi fácil, mas na medida em que os treinos foram passando, as crianças adeririam as atividades e ampliaram conhecimentos. Pude ainda propor uma parceria que permitiu a realização de um torneio interno, em que todos os alunos ganharam uniformes e, alguns, calçados. A vivência no Estágio me permitiu compreender o trabalho do profissional de Educação Física que atua na iniciação, entendendo a importância de ofertar conteúdos que transcendam o tático-técnico. Sugestões: Os cursos devem estimular a integração entre o estagiário e instituição concedente, fazendo com que não só seja um ambiente de estágio, mas um laboratório de saberes que ajudem o desenvolvimento das habilidades de estagiários, da instituição e do público.