A Institucionalização E O Controle Do Tempo Na Educação Infantil: Que Tempos São Esses?
Por Andrize Ramires Costa (Autor), Eduardo Lopes Dos Santos (Autor), Francisco Emílio Medeiros (Autor), Lucas Vargas Bozzato (Autor), António Camilo Cunha (Autor).
Em XXIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte. IX CONICE - CONBRACE
Resumo
No tempo histórico, os acontecimentos se desencadeiam em uma linha ininterrupta e seu sentido vem principalmente da diferença entre passado e futuro, ou seja, a mudança. É um tempo de facticidade, possui uma tensão temporal entre passado e futuro que concede ao tempo, substância. Apesar do tempo histórico não conhecer um presente duradouro, já que se baseia na mudança, o tempo tem uma direção a seguir e um passado em que se baseia, mesmo que pela alteridade. A administração do tempo, portanto, traz as marcas sociais e culturais da humanidade e também decorre de circunstâncias e construções históricas inegáveis. Só podemos compreender as coisas da realidade, porque elas ocorrem na condição da existência de um tempo. Assim, podemos conjecturar que o tempo administrado também se reproduz no espaço escolar de modo a influenciar as subjetividades das novas gerações. As instituições educacionais contemporâneas, perante as pressões econômicas e produtivas, elevaram a ideia do ofício de aluno, forjando uma identidade para a criança projetada através do seu desempenho, acima de tudo, pela competência, aprovação e sucesso escolar. O ofício de aluno caracteriza-se, quase que exclusivamente, por uma socialização com valorização na competitividade e na autonomia compulsiva, pagando o preço do constrangimento do mundo de coisas e valores da criança que dão lugar ao trabalho escolar para se promover os resultados da aprendizagem, por meio de programas educativos que restringem o espaço-tempo da criança em detrimento do controle adulto (KUHN, 2016).