Resumo

O presente artigo pretende se debruçar sobre a prática do chamado currículo cultural de Educação Física (NEIRA; NUNES, 2009). As atenções se voltam para um momento muito delicado da prática pedagógica, qual seja, a definição do tema a ser estudado pelo coletivo. No interior da perspectiva cultural existe um convite aos/às docentes em fazerem este processo de escolha da prática corporal a ser tematizada junto com os/as estudantes. Esta ocasião não tem nada de neutralidade, tão pouco se trata de uma questão meramente técnica. O que há na verdade é um gesto político. Alguns se veem instigados em proporcionar uma justiça curricular. Neira e Nunes (2009, p. 263) colocam que a justiça curricular se trata de um princípio básico do currículo cultural que visa “distribuição das temáticas de estudo tomando como referência os grupos culturais onde se originaram quanto a possibilidade de fazer justiça no transcorrer das aulas”. Os autores apostam que uma distribuição mais equilibrada de práticas corporais oriundas de variados grupos que compõem a sociedade, possibilita apreciação de valores, significados, saberes, memórias, ligados à cultura corporal de grupos historicamente marginalizados.

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