A Língua Gestual na Aula de Educação Física: Como Comunicam os Professores com os Alunos Surdos nas Erebas
Por Fátima Sarmento (Autor), Rui Corredeira (Autor), Orquídea Coelho (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O reconhecimento da Língua Gestual como língua natural da comunidade surda, evidenciada pelos inúmeros estudos na área da linguística e da neurolinguística, fortaleceram as reivindicações das comunidades surdas na segunda metade do séc.XX, apelando para a necessidade de mudanças no plano politico, social e para a premência de ser lançado um novo olhar sobre a Educação dos Surdos. Em 2008 foram criadas as Escolas de Referência para a Educação Bilingue dos Alunos Surdos constituindo uma resposta educativa especializada, em que lhes deve ser assegurado o acesso às aprendizagens na Língua Gestual Portuguesa como primeira língua, e, na Língua Portuguesa, como segunda língua. Os estudos que outrora, apontavam a surdez como o fator responsável pelos baixos níveis de aptidão física, pelas dificuldades de equilíbrio, pelas habilidades motoras pobres e por menores índices de atividade física, tendem a atribuir a causa dessas discrepâncias ao reduzido acesso que os alunos surdos têm à comunicação e ao currículo. Este estudo, realizado com 24 professores de Educação Física, procurou conhecer como se processava a comunicação com os alunos surdos; quais as necessidades de formação; qual a importância atribuída a utilização da Língua Gestual nas aulas; e quais os recursos utilizados na transmissão dos conteúdos teórico-práticos da disciplina. Os principais resultados revelaram que: a totalidade dos professores inquiridos não era fluente na Língua; atribuíam importância à utilização da LGP para a “transmissão dos conteúdos teóricos”; recorriam à “demonstração” na transmissão dos conteúdos teórico-práticos.