Resumo

A proposta deste estudo foi compreender a construção histórica da rivalidade nos jogos entre o Clube Atlético Mineiro e a Sociedade Sportiva Palestra Itália, na cidade de Belo Horizonte, de 1921 até 1942. Procuramos entender como se teceu essa rivalidade e como a fundação dessas equipes de futebol modificou o espaço e a dinâmica da cidade. Por se tratar de um estudo histórico, nos fundamentamos, principalmente, nos estudos de modernidade de Nicolau Sevcenko e nos trabalhos que, de alguma forma, tiveram o futebol e a cidade de Belo Horizonte como tema de investigação. Tais estudos foram os de Euclides Couto, Georgino Souza Neto, Letícia Julião, Rodrigo Moura, Raphael Rajão, Marilita Rodrigues e Kellen Vilhena. Adotamos os jornais como fonte de pesquisa, trabalhamos com periódicos da temporalidade pretendida e de anos anteriores no intuito de subsidiar a construção do texto. Ao final, 231 reportagens jornalísticas foram utilizadas. Tais documentos foram encontrados no Arquivo da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, na Coleção Linhares da Universidade Federal de Minas Gerais e na Hemeroteca Histórica da Biblioteca Pública Luiz de Bessa. Percebemos que o crescimento exponencial dos espectadores nos seus jogos, a expectativa pré-jogos trazida pelos jornais e, principalmente, o relato dos jogos, subsidiaram o entendimento para qualificar essa partida como um clássico do futebol de Belo Horizonte. Compreendemos que os jogos de futebol foram um dos espaços encontrados para o povo se aglomerar e socializar. Com o tempo, a simples assistência das arquibancadas evoluiu para o pertencimento clubístico, e esses torcedores tiveram nas camisas do Atlético e do Palestra um dos representantes da rivalidade local. 

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