A Melhora do Desempenho e a Quebra de Recordes dos Nadadores, Um Breve Olhar Midiático
Por Thais Weiss Brandão (Autor), Paulo Penha de Souza Filho (Autor), Friedrich Fleischfresser de Amorim (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: as grandes competições esportivas trazem consigo a ideia do espetáculo esportivo e, junto disso, o atleta como uma figura de idolo. Mas esse ídolo, esse herói não performa sozinho, ele está sempre acompanhado de tecnologias, como equipamentos, fármacos, conhecimentos científicos e das influências de grandes empresas e da mídia. Através dos conhecimentos científicos e discursos proferidos pelas empresas e pela mídia, o atleta passa a ter uma representação ideológica, sendo atravessado em sua subjetividade (entendidas como um complexo identitário e a materialidade corporal). Objetivo: analisar se os discursos proferidos pela mídia atribuem a melhora do desempenho e a quebra de recordes aos nadadores ao a tecnologia usada por eles. Método: foi realizada uma pesquisa documental com a análise de conteúdo baseada em Bardin, que possui três fases: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Foi utilizada a ferramenta Google, pesquisando-se como palavras-chave tecnologia e natação em conjunto, encontrando-se 201 matérias. Links de sites de venda, páginas indisponíveis e canais que não especificavam tecnologias na natação foram descartadas da pesquisa, resultando em 44 documentos para análise. Resultado: notou-se que as matérias traziam muitas vezes opiniões divergentes em si mesmas, portanto, optou-se por não categorizá-las, mas sim, utilizar passagens desses documentos que opinavam acerca do objetivo norteador. Ora as tecnologias eram postas como necessárias, indispensáveis, fundamentais e obrigatórias (como por exemplo "cada vez mais os nadadores dependem de parafemália eletrônica") e ora como ferramenta auxiliar (como por exemplo "ele não transformará eu ou você em um grande atleta"). Observa-se então que todas as matérias agregavam valor e potencialidade à tecnologia e que enquanto que alguns discursos colocaram o atleta como protagonista, outros o viam como o manequim que vai promover a nova tecnologia. Isso desvaloriza não só o trabalho do atleta, mas de toda a equipe de profissionais que trabalhou com esse sujeito. Cabe pensar como tais discursos atravessam o atleta, em que lugar ele é posto quando utiliza um traje. Conclusão: a partir dos resultados percebe-se que o protagonismo dos atletas são por vezes minimizados em detrimento do desenvolvimento tecnológico. O discurso midiático tem o potencial de fomentar ainda mais essa discussão e, mais do que isso, a própria visão de mundo das pessoas envolvidas com o esporte.