Resumo

A presente dissertação de mestrado teve como objetivo principal analisar como as demandas palestinas se inserem no diálogo olímpico, oportunizado pela realização do Rio 2016. A amplitude do evento permite observar, a partir de um espaço oficial, os efeitos de similaridades e/ou divergências das ações esportivas para os palestinos, suas interpretações da Carta Olímpica e da abordagem do Jogos Olímpicos como ferramenta política. O acesso à esfera esportiva global permite elaborar discursos que tencionam aspectos políticos. A instabilidade da Palestina, própria da ocupação e deslocamento forçado, dispôs de transformações e adaptações que ecoam até o presente momento. Nesse sentido, pensar o palestino diante dessa crise junto à busca por autodeterminação nacional implica compreender também a categorização dos seus órgãos representativos, premissa que recai em suas ações esportivas. Tais características foram estruturadas primeiramente com foco na questão do esporte moderno constituído em meio à trajetória da Palestina entre a atuação britânica e a criação do Estado de Israel. A análise se baseou em narrativas produzidas pelo jornal Al-Quds, e nas quase “silenciosas” manifestações do israelense Hareetz. Desse modo, na perspectiva do diálogo olímpico estabelece-se ambos os discursos ao tratamento, visando delinear o peso do conflito, seus desafios e dinâmicas atribuídas ao interesse em habitar o mapa olímpico com soberania. A pesquisa revelou locuções significativas atreladas a essa arena de negociações, apropriações sobre a noção de paz, através de expressões de referenciais simbólicos, mobilizações e apelos políticos contextualizados em meio a uma transição de grupos políticos palestinos. A título de conclusão o artigo aponta que a participação da delegação palestina foi tratada com narrativas heroicas de um renascimento do esporte moderno local e autodeterminação como um estado soberano, aspecto que foi contrariado nas narrativas israelenses aos quais estava sendo atribuída a segurança nos Jogos Olímpicos Rio2016.

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