A natação na Revista Bello Horizonte e suas interfaces de gênero e classe
Por Letícia Silva Azevedo (Autor).
Resumo
O texto que aqui se apresenta tem por objetivo trazer parte dos resultados da minha dissertação em andamento, discutindo os achados a respeito da natação. A pesquisa em si se dedica a analisar as representações de lazer e seu encontro com a categoria gênero na Revista Bello Horizonte na década de 1930. A revista é nomeada pelo nome da cidade e pretende acerca dela e por ela falar. Dentre a variedade de conteúdos em suas páginas é possível ler algumas das experiências de lazer que viveu a cidade, como festas, esportes, a prática do footing, crônicas e notícias sobre o cinema e literatura, também o rádio e o teatro. É preciso demarcar que a proposta não é analisar quais foram as possibilidades de lazer na década de 1930, mas sim, amparada nos direcionamentos metodológicos da História Cultural (CHARTIER, 1991), discutir sobre as representações das experiências de lazer no referido espaço-tempo. A Revista Bello Horizonte valora a natação por aspectos como modernidade, civilidade, elegância e juventude Esse esporte se desenvolveu no final do século XIX e se projetava para um estilo de vida urbano, público e protagonizado pela burguesia, entendida na figura dos comerciantes, industriais, profissionais liberais; os que protagonizaram a vida pública e social. (MELO, 2016) Na revista, o elemento classe é sempre valorizado, as piscinas são representadas como “um ponto de reunião da mocidade elegante”. (BELLO HORIZONTE, 1934, n. 29, p.05)