Resumo

O presente trabalho visa o estudo histórico das significações e construções do corpo no documentário Olympia (ALE, 1938), da diretora alemã Leni Riefenstahl. O filme retrata os Jogos Olímpicos de Berlim, ocorridos dois anos antes em pleno regime nazista. Nesse evento, Adolf Hitler promoveu uma intensa mobilização para propagar uma imagem da Alemanha como uma nação harmoniosa e pacífica. Mas, ao mesmo tempo, buscou-se também demonstrar a superioridade física da raça germânica em relação aos demais. Procura-se, nesse sentido, demonstrar como esse corpo retratado no filme é resultado de uma série de concepções e questões sócio-políticas que ganham força desde o final do século XIX. Do cuidado de si, da popularização do esporte como forma de disciplinar corpo e mente aos grupos nudistas que se multiplicaram na Alemanha, todos esses movimentos foram absorvidos e ressignificados pela ditadura totalitária. Olympia mostra um ideal de corpo e beleza único e segregador, em nome do qual os nazistas vão promover a eliminação dos desviantes por meio da Solução Final.

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