A orla de santos e a consolidação da cultura de veraneio e esportiva (1890-1950)
Em XIII Seminário oo CEMEF / III Encontro do gtt Memórias Da Educação Física E Esportes
Resumo
A historiografia local de Santos afirma que a história da cidade está profundamente atrelada ao porto. O desenvolvimento do seu centro urbano, de fato, se intensificou sobretudo na segunda metade do século XIX, com a riqueza advinda da exportação cafeeira (FARIA, PEREIRA, 2019). Indispensáveis para o desenvolvimento econômico, o porto, a praia e o mar, no entanto, também comportam uma história cultural. Ao longo do tempo, as praias do porto santista se transformaram em uma paisagem própria do mundo do trabalho, sendo paulatinamente suprimidas pela construção do cais de pedra. Já no lado oposto ao centro portuário, na região da orla voltada ao mar aberto, a paisagem que se consolidaria, nas primeiras décadas do século XX, como propícia aos banhos de mar (TERRA, 2016). A valorização das águas do mar esteve atrelada a um pensamento médico que evocava os benefícios à saúde de uma vida transcorrida ao ar livre e que empregou diferentes elementos da natureza, como a água e a luz solar, para conceber um conjunto amplo de tratamentos médicos. O desejo marítimo, estimulado pelo potencial terapêutico dos banhos de mar, rapidamente se aliou aos divertimentos oferecidos pelos hotéis, cassinos e clubes. Instaurava-se uma cultura do veraneio, tendo a figura do banhista ganhado contornos joviais.