Resumo

Considerando os esportes de lutas como práticas com uma predominância masculina, acaba sendo um desafio para a mulher ministrar este conteúdo disciplinar. A violência de gênero contra a mulher pode configurar-se de diversas formas. Estudos realizados sobre a participação da mulher nas lutas apontam que a maioria das pesquisas focaliza o grupo masculino. Mesmo na participação das mulheres nessas atividades, há pouca investigação. Há que se destacar também que o próprio bloco de conteúdo ‘lutas’ é perseguido por um preconceito. Este estudo tem por objetivo Investigar as percepções de discentes e docentes de cursos de graduação em licenciatura em Educação Física sobre a participação da mulher como docente da disciplina lutas. Desdobrando-se o objetivo geral temos os seguintes objetivos específicos: a) Identificar nos relatos de docentes e discentes indícios que possam refletir se existe algum tipo de discriminação em função da liderança feminina como professora da disciplina lutas. b) Verificar se há convergência entre o núcleo das percepções dos grupos em relação à participação da mulher como professora de lutas. Foram entrevistados 30 discentes de três universidades do Estado do Rio de Janeiro, além de uma professora de lutas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um professor da Universidade Salgado de Oliveira. Os achados encontrados nas entrevistas com os alunos foram:1) que não houve diferença em ser um professor ou uma professora aplicando a disciplina de lutas; 2) que para a grande maioria suas expectativas foram atingidas exceto nas aulas teóricas; 3) em relação ao preconceito ou descrédito à docência feminina nas lutas, a maioria demostrou que existe, mesmo nos tempos atuais, preconceito ou descrédito tanto pelos alunos como pelos professores em relação a docência feminina na disciplina de lutas. Os achados encontrados nas entrevistas com os professores mostram que a professora entrevistada passou por preconceitos, principalmente por parte dos docentes, mas que isso vem sendo modificado. Já o professor entrevistado relata que não vê preconceito, mas que possa existir algum devido à cultura; afirma que as mulheres vêm ganhando seu espaço. A luta das mulheres para conseguir atuar como professoras na disciplina de lutas é um tema que ainda carece de mais pesquisas. Por fim, que esta dissertação possa provocar outros estudos sobre a atuação da mulher como docente na disciplina de lutas dentro das universidades e ressaltar que a resistência é o caminho para vencer o preconceito 

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