A Participação das Mulheres nas Políticas Públicas de Financiamento de Pesquisas na área da Educação Física
Por Giselle Helena Tavares (Autor), Elisangela Gisele do Carmo (Autor), Nara Heloisa Rodrigues (Autor), Gisele Maria Schwartz (Autor), Maria Clara Elias Polo (Autor), Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro (Autor).
Resumo
ATUALMENTE, AS DISCUSSÕES DE GÊNERO ESTÃO CADA VEZ MAIS REPRESENTATIVAS NA SOCIEDADE. FATO É QUE O MERCADO DE TRABALHO É CLARAMENTE SEGREGADO POR GÊNERO, COM UMA SEGREGAÇÃO HORIZONTAL E VERTICAL, COM HOMENS DOMINANDO POSIÇÕES SUPERIORES EM RELAÇÃO ÀS MULHERES, INDEPENDENTEMENTE DOS SETORES. COM RELAÇÃO AO CAMPO DA GERAL DA PESQUISA CIENTÍFICA, APENAS 28% DA ÁREA É REPRESENTADO POR MULHERES, SENDO QUE A PROBABILIDADE DE QUE MULHERES NA CARREIRA CIENTÍFICA TROQUEM DE ÁREA É DE 53%. O ÂMBITO DAS POLÍTICAS DE FINANCIAMENTO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA CARECE DE INVESTIGAÇÃO PARA COMPREENDER A COMPLEXIDADE DA ORGANIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO DE GÊNERO NESTA ÁREA DE CONHECIMENTO. O OBJETIVO DESTE ESTUDO FOI ANALISAR A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FINANCIAMENTO DE PESQUISAS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA. O ESTUDO, DE NATUREZA QUALITATIVA, FOI DESENVOLVIDO POR MEIO DE PESQUISA DOCUMENTAL. FORAM ANALISADOS OS PROJETOS APROVADOS DA ÁREA DE CONHECIMENTO EDUCAÇÃO FÍSICA, APROVADOS NA CHAMADA UNIVERSAL DO CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPQ) VINCULADO AO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES (MCTIC), NAS CATEGORIAS PROJETO INDIVIDUAL DE PESQUISA (APQ) E COM STATUS DEFERIDO. PARA COLETA DE DADOS FORAM SOLICITADOS OS DADOS DOS PROJETOS APROVADOS PELA CHAMADA UNIVERSAL DO CNPQ NO PERÍODO DE 2012 A 2016, COM EXCEÇÃO DO ANO DE 2015, EM QUE NÃO HOUVE ABERTURA DE EDITAL, NA PLATAFORMA ELETRÔNICA DO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AO CIDADÃO (E-SIC), DO MCTIC. OS PROJETOS FORAM SELECIONADOS POR MEIO DO FILTRO DE GÊNERO EXIBIDO NAS PLANILHAS, COM A LEITURA DOS NOMES DOS BENEFICIÁRIOS. COM A FINALIDADE DE GARANTIR A QUALIDADE E A VALIDADE METODOLÓGICA DA PESQUISA, REALIZOU-SE A REPLICAÇÃO DO PROCESSO POR DUAS PESQUISADORAS, COM BASE NO SEARCH PROTOCOL. A ANÁLISE DOS DADOS FOI REALIZADA DESCRITIVAMENTE. COMO RESULTADOS GERAIS, AS MULHERES COORDENAM APENAS 30% DOS PROJETOS APROVADOS NO EDITAL UNIVERSAL. COMO DADOS ESPECÍFICOS, NO ANO DE 2012, 105 HOMENS FORAM BENEFICIÁRIOS DA CHAMADA UNIVERSAL, EM COMPARAÇÃO COM APENAS 44 MULHERES. EM 2013, 2014 E 2016, AS MULHERES REPRESENTARAM 28%, 39% E APENAS 17% DOS PROJETOS, RESPECTIVAMENTE. COM BASE NESTES DADOS, NOTA-SE QUE APESAR DE SER COMPROVADO QUE UMA FORÇA DE TRABALHO MAIS REPRESENTATIVA CONSIGA ATENDER QUESTÕES E PROBLEMAS QUE VÃO ALÉM DE UMA ESTREITA FATIA DA HUMANIDADE, AS MULHERES, EM ESPECIAL DA ÁREA DE CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA, PARECEM AINDA ENFRENTAREM BARREIRAS SOCIAIS, PESSOAIS E PROFISSIONAIS PARA SE ESTABELECEREM NA CARREIRA CIENTÍFICA. CONSIDERANDO A IMPORTÂNCIA DO APOIO FINANCEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA, TORNA-SE NECESSÁRIO PENSAR EM POLÍTICAS DE INCENTIVO PARA ESTIMULAR E GARANTIR A PARTICIPAÇÃO MAIS IGUALITÁRIA ENTRE PESQUISADORAS E PESQUISADORES, NAS DIFERENTES ÁREAS DE CONHECIMENTO.