Integra

Introdução: O atletismo é um dos esportes clássicos da Educação Física, existente desde os Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. Dentre as suas provas, as corridas de velocidade sempre estiveram presentes nesse evento esportivo, inclusive, desde sua primeira edição na Antiguidade. Na Era Moderna, não foi diferente, sendo que os 100 metros rasos começaram a ser disputados logo no I Jogos Olímpicos, realizados em Atenas, em 1896. Durante todo esse tempo de existência muitas transformações ocorreram nessa prova, inclusive em relação à participação feminina, que aconteceu apenas anos mais tarde, em 1928. Esse é apenas um dos fatores que torna a história dessa corrida de velocidade, repleta de curiosidades. Apesar disso, muitas dessas transformações não estão registradas nas publicações da área de Educação Física, o que reforça a importância de um trabalho nessa perspectiva.

 Objetivo: Identificar, por meio do resgate histórico da prova dos 100 metros rasos, particularidades da participação feminina em Jogos Olímpicos. Metodologia: Com base em pesquisa histórico-bibliográfica, pautada em acervos de bibliotecas públicas (USP, UNESP e UNICAMP) e sites da internet que dispunham de informações acerca da história do atletismo, resgatamos parte da história da prova dos 100 metros rasos.

 Resultados: Os dados coletados nessa pesquisa revelaram, entre outras coisas, que as mulheres nem sempre participaram dos Jogos Olímpicos. Na Grécia Antiga, por exemplo, era, inclusive, proibido que assistissem às competições. As mulheres participavam de outro evento, que homenageava a Deusa Hera, disputando apenas uma corrida de aproximadamente 160 metros. Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna não foi diferente, sendo que a participação feminina teve seu início apenas no ano de 1928, nos Jogos Olímpicos de Amsterdã, quando disputaram os 100 metros rasos. As outras duas corridas de velocidade, 200 e 400 metros rasos foram disputadas pelas mulheres apenas em 1948 e 1964, respectivamente. Embora tenham iniciado sua participação em Jogos Olímpicos muitos anos depois dos homens, as mulheres vêm conquistando seu espaço na história do atletismo. É o caso da norte-americana Betty Robinson, a primeira a conquistar uma medalha de ouro nos 100 metros rasos. Também é o caso da polonesa Stanislawa Walasiewicz, medalhista de prata nessa prova durante os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Na verdade, essa atleta participou da competição feminina como mulher, embora anos mais tarde tenha sido comprovado que era homem (LANCELLOTTI, 1996). Outra atleta que marcou a história dessa prova foi a norte-americana Florence Griffith Joyner, que além de muitas medalhas conquistadas em Jogos Olímpicos, superou o recorde mundial dos 100 metros rasos e dos 200 metros rasos, marcas que não foram superadas até hoje. A norte-americana Marion Jones também marcou essa história, porém, de forma negativa, quando fez uso de substâncias ilegais para ganhar os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, revelando esse fato apenas 7 anos mais tarde. Conclusão: Esperamos que os resultados dessa pesquisa contribuam para a difusão da história do atletismo, em especial, da participação feminina na prova dos 100 metros rasos em Jogos Olímpicos, a qual deveria ser trabalhada como parte do conteúdo das aulas de Educação Física.