A Participação de Indivíduos com Lesão Medular em Atividades Físicas e Esportivas: Uma Revisão de Literatura Sobre Barreiras e Facilitadores
Por Aline Cristina Souza (Autor), Paulo Henrique Vilela (Autor), Cristina Oliveira Silva (Autor), Virgínia Barbosa (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 16, n 4, 2008.
Resumo
Introdução e objetivos: A lesão medular é uma das síndromes mais incapacitantes que afetam principalmente adultos jovens, com repercussões sociais e financeiras significativas. De acordo com o atual modelo de reabilitação (CIF), cujo foco é a reintegração do indivíduo na comunidade, as atividades físicas e esportivas podem representar um importante recurso para a promoção da participação social, além de contribuir com benefícios fisiológicos e psicológicos. Apesar disso, a prática dessas atividades não é freqüente. Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão de literatura para identificar os fatores que influenciam a participação de indivíduos com lesão medular em atividades físicas e/ou esportivas. Métodos: Foi realizada busca nas bases de dados Medline, Scielo, Lilacs e Cochrane, e selecionados artigos em Língua Portuguesa e Inglesa, com data de publicação entre 1998 a 2008, que abordassem o tema. Resultados e conclusões: Por meio dessa revisão, foram identificados, como fatores que limitam ou favorecem essa participação, a disponibilidade de dispositivos de auxílio e equipamentos adaptados, ambiente físico ou barreiras arquitetônicas, transporte, prescrição adequada por parte dos profissionais de saúde, gravidade da lesão, envelhecimento e questões psicológicas. Entretanto, esses estudos foram realizados em países desenvolvidos, o que limita a generalização dos achados para países em desenvolvimento como o Brasil. Portanto, sugere-se que pesquisas brasileiras sejam realizadas, com o objetivo de identificar os fatores que limitam a participação social dos indivíduos com lesão medular. A partir dessa identificação, diretrizes e estratégias de intervenção mais efetivas poderão ser formuladas, favorecendo a reintegração de indivíduos com incapacidades secundárias à lesão.