A pedagogia da rua ainda existe? Investigando a cultura lúdica de jogadores (as) profissionais de futebol nascidos a partir dos anos 2000
Por Alcides José Scaglia (Autor), Luis Felipe Nogueira Silva (Autor), Gabriel Orenga Sandoval (Autor), Thomas Guido Fischer (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
No Brasil, a Pedagogia da Rua marcou a infância de muitos jogadores de futebol, caracterizando um processo de aprendizagem da modalidade, com base nos jogos/brincadeiras em ambientes informais. Porém, o jogar/brincar na sociedade contemporânea tem sofrido ressignificações, impactando a cultura lúdica de crianças e jovens e suas relações com o esporte e outras práticas corporais. Objetivo: Este estudo teve por objetivo comparar a cultura lúdica de jogadores (as) profissionais de futebol da atual geração com a cultura lúdica de ex-jogadores, de modo a identificar possíveis similaridades e singularidades no processo de aprendizagem do futebol. Metodologia: Foi utilizada uma abordagem qualitativa, através de entrevistas semi-estruturadas com jogadores (as) profissionais nascidos após os anos 2000. Para análise, foi utilizada a Análise de Conteúdo por Redução dos Dados, gerando um agrupamento de trechos em categorias de discussão, que foram comparados com os resultados de pesquisa anterior, realizada pelos mesmos autores, na qual investigaram a cultura lúdica de ex-jogadores de futebol; desta comparação, surgiram os resultados. Resultados: Os resultados mostraram que existem semelhanças entre a cultura lúdica dos (as) jogadores (as) profissionais atuais e de ex-jogadores (pertencentes a outra geração), evidenciadas pelo protagonismo da bola e dos jogos/brincadeiras de bola com os pés, pela criação de ambientes informais de aprendizagem e pela formação de pequenas sociedades lúdicas. Porém, é possível notar, também, singularidades em cada geração. Conclusões: Aparentemente, a Pedagogia da Rua permanece viva na cultura lúdica dos (as) atuais jogadores (as) de futebol, pois, ainda que o local majoritário de prática - ao que parece - tenha se alterado (deixando de ser a rua propriamente dita, e passando a espaços como quadras poliesportivas), o ambiente informal de aprendizagem colaborativa, que caracteriza a Pedagogia da Rua, segue presente nos relatos da atual geração.