Resumo

O presente trabalho dedica-se ao estudo da personagem, do jogo e das artes cênicas e tem, como principal objetivo, estudar a personagem à luz do conceito de Desconstrução cunhado por Jacques Derrida. Partindo de um enfoque pós-moderno e pós-estruturalista, a pesquisa se norteia por uma pergunta: existe uma personagem a ser criada e construída pelo ator-dançarino? E defende a tese de que a idéia de que há uma personagem a ser construída, a qual pode ser fluida ou interpretada pelo espectador, é fruto dos pressupostos paradigmáticos de uma determinada época da história, conhecida como logocêntrica, que privilegia a personagem e o seu desenvolvimento como medida de uma forma de arte. Com base nisto, este trabalho tem dois propósitos: o primeiro é argumentar em favor de uma arte cênica que seja feita "apartada da personagem". O segundo é propor que se jogue e se investigue o jogo representativo sem levar em consideração a personagem, de modo que se possa trilhar um caminho que afirme o ? ainda inominável - advindo de tal jogo, como uma possível alternativa a uma arte cênica logocêntrica. Para tanto analisa as bases da metafísica ocidental e as relações entre mímesis, movimento e pensamento e a influência destes elementos sobre a concepção de personagem no teatro, na dança e na performance para, lançando mão do conceito de desconstrução, minar os fundamentos a partir dos quais estas áreas concebem a personagem 

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