A posição dos pés altera o desempenho de saída do bloco em jovens nadadores
Por Ricardo Amorim Andrade (Autor), Fernando Antonio Vanzella (Autor), Jerusa Petrovna Resende Lara (Autor), Cesar Cavinato Cal Abad (Autor), Gustavo Soares Pereira (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A natação competitiva é um esporte tempo dependente. Em provas de curta distância, o resultado da prova é frequentemente decidido por centésimos de segundo. Por causa disso, pequenos ajustes na técnica podem gerar diferenças significativas na colocação final do nadador. A saída do bloco é um fator determinante para o desempenho em provas de velocidade (<100 m) de modo que a posição do nadador no bloco pode influenciar o desfecho das ações subsequentes. Na versão atual dos blocos de partida, os nadadores podem escolher a distância do suporte de apoio do pé em relação à frente do bloco, mudando assim o grau de afastamento anteroposterior entre o pé posicionado à frente e o pé posicionado em cima do suporte. Essa modificação pode trazer variações dos movimentos dos nadadores após o sinal de partida, mas poucas informações são encontradas na literatura sobre a influência de diferentes posições deste suporte no desempenho da saída. Objetivo: Analisar o efeito da mudança da posição do suporte do pé traseiro no desempenho e nos parâmetros temporais da saída na natação. Método: Foram analisados 30 nadadores competitivos (16 mulheres e 14 homens, 17,0±1,0 anos, 68,2±11,5 kg de massa corporal, 1,73±9,74 m de estatura e 671±65 pontos de índice técnico). Após um aquecimento padrão, os nadadores realizaram três saídas em máxima intensidade, utilizando três posições do suporte: posição habitual, posição à frente (curta) e posição atrás (longa). Através de duas câmeras na superfície da água e uma submersa (60 Hz), foram adquiridos os tempos em 5m e 12,5 m, tempo até a perda do contato das mãos com o bloco (TCmãos), tempo de contato do pé traseiro (TCTraseiro) e tempo de contato do pé dianteiro (TCDianteiro) . Após a confirmação de normalidade dos dados, as posições foram comparadas através de uma ANOVA de medidas repetidas, com post-hoc de Bonferroni (p<0,05). Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas entre as posições do suporte traseiro para todas as variáveis, com exceção do tempo em 12,5 m. O post-hoc não identificou diferenças significativas nessa condição. Conclusão: A alteração da posição do suporte do pé traseiro no bloco causou diferenças no desempenho da saída nos 12,5 m e os menores valores médios foram encontrados para uma posição não habitual dos nadadores. Contudo, os aspectos temporais dos movimentos no bloco não sofreram influência da mudança. Nossos resultados evidenciam a importância de treinadores e nadadores trabalharem variações na posição do suporte durante o treinamento dando ênfase para posições de maior espaçamento anteroposterior dos pés.