A praga argentina e a condenação eterna. 1950, o ano que não terminou
Integra
A década de 1940 não houve Copas do Mundo. A guerra impediu. Dizem que o futebol argentino produziu muitos craques. Entre os quais, Sastre. Ao final da 2ª guerra, a Argentina se considerava detentora do direito de sediar a Copa do Mundo de 1950. Mas o país escolhido foi o Brasil. Nossa diplomacia foi mais competente. Em represália, a Argentina boicotou a Copa no Brasil. Mas, de quebra, mandou uma praga. Parece que deu certo. Quem se deu bem foi o Uruguai. Bicampeão mundial em cima do Brasil e da Argentina. Quer mais!
A Copa do Mundo do Brasil (1950) produziu heróis, malandros e condenados. No caso, o título de herói vai para… Giggia, do Uruguai.
A seleção brasileira talvez nunca tenha conseguido formar um esquadrão tão poderoso quanto a lista de convocados. Adãozinho, Ademir de Menezes, Alfredo, Augusto, Baltazar, Bauer, Bigode, Castilho, Chico, Danilo, Ely, Friaça, Jair, Juvenal, Maneca, Moacyr Barbosa, Nena, Nílton Santos, Noronha, Rodrigues, Rui, Zizinho. Vasco da Gama, São Paulo e Internacional eram equipes poderosíssimas.
Ademir de Meneses, por exemplo, foi responsável pelo aparecimento da posição de ponta de lança. Ele era centroavante de origem. Marcou 8 gols na Copa de 1950. Foi eleito um dos 100 maiores jogadores da história. Multicampeão pelo Vasco da Gama, o Expresso da Vitória. Campeão sulamericano.
Entretanto, produziu um condenado. Barbosa, o goleiro. No Brasil, Marcos Willians Camacho, o Marcola, é o líder de facção com a maior pena a cumprir no Brasil: 338 anos. Barbosa, um dos maiores goleiros do Brasil foi responsabilizado pela derrota em 1950 sozinho. Afinal, todos sabem como se tratam os negros. Moacyr Barbosa foi considerado o 3º melhor goleiro brasileiro e 11º do mundo no século XX pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol. Um dos maiores goleiros da história do Vasco da Gama, Barbosa foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez em 1945, para a disputa da Copa Roca. Foi campeão. Ganhou também a Copa Rio Branco, em 1947 e 1950. Mas seu grande título com a Amarelinha foi o Sul-Americano de 1949. Multicampeão foi condenado ao ostracismo. Afinal, todos sabem como se tratam os pretos.