Integra

Introdução

A pluralidade cultural é uma questão importante nos processos de âmbito escolar. Trata-se de incluir atividades e construir alternativas que possibilitem a vivência com diferentes grupos étnicos, classes, religiões, cultura, com objetivos minimizar os conflitos ideológicos existentes na sociedade. Essa diversidade de atividades, propostas pelos PCNs (1998), começa a ser introduzida em instituições de ensino que se propõe a realizar mudança no seu método de trabalho. Uma proposta curricular com esse objetivo estar diretamente voltada para a cidadania, uma das bases concretas para os preceitos éticos. São eles que exigem da escola e de educadores, propostas e iniciativas que visem a superação de limites, preceitos e desenvolvimento do espírito de equipe. Princípios estes contidos em muitas atividades como a corrida de aventura.

Muitos estudos sobre a sociedade brasileira atual, fruto de produções de cientistas políticos, são unânimes em afirmar a necessidade de se mergulhar na variedade cultural de conhecer o outro, desfazendo idéias preconcebidas e discriminação impensada e compreender a heterogeneidade como um valor e um acervo precioso que deve ser preservado.

Os parâmetros curriculares nacionais, a corrida de aventura e a pluralidade cultural Baseando-se nos parâmetros curriculares nacionais (PCNs:1998) a prática pedagógica definida como prática social pretende romper a tradicional dimensão atribuída à função docente, circunscrito ao espaço da sala de aula. A prática pedagógica assim entendida abrange os diferentes aspectos do projeto pedagógico e as relações desta com a comunidade e a sociedade.

As aulas de Educação Física ficam restritas muitas vezes as atividades tradicionais como os desportos e jogos. É muito difícil encontrar um professor de educação física que experimente adicionar outras práticas corporais em suas aulas. "A educação física trabalha com o movimento corporal isto é, com o homem em sua totalidade." (SANTIM, 1988, p. 144). Por esta razão, diferentes práticas corporais devem fazer parte da aula para que os alunos possam explorar as muitas possibilidades de ser opor, de forma que se conheça os seus limites e tente ultrapassá-los.

A corrida de aventura engloba várias modalidades esportivas sempre com o objetivo de superação. Atividades como caminhada e corrida de curta e longa distancia em diferente ambientes naturais, possibilitam o conhecimento do meio em que vivemos e o cuidado que devemos ter para preservá-los.

Atividades como ciclismo, canoagem e técnicas verticais "escalada, rapel e tirolesa" (AMORIM, 2004), são também exploradas na corrida de aventura, são perfeitamente adaptáveis ao ambiente escolar. Uma vez que com orientação do professor em local seguro, essas experiências podem ser vivenciadas e os alunos terão uma visão mais ampla de uma corrida de aventura de competição.

Essas atividades físicas contribuem para a manutenção do condicionamento físico e aumento da resistência. "O individuo que possui melhor condicionamento físico terá condições de enfrentar a carga diária do seu trabalho profissional com esforço relativamente menor que dispusesse de rendimento físico menor." (HETTINGER, 1984, p. 1)

Dentro de uma corrida de aventura as atividades corporais são dinâmicas, possibilitam o desenvolvimento de iniciativa onde a autonomia e as capacidades de decisão são bastante exploradas. Isso faz com que os alunos acumulem diferentes referências culturais e sociais, desenvolvendo desta forma uma papel ativo nas muitas fases da sua própria aprendizagem.

A pluralidade cultural defendida nos parâmetros curriculares nacionais (PCNs:1998) requer do professor a consciência e a convicção de que a inovação resulta em importante modificação no seu trabalho pedagógico, não pela substituição de métodos ou técnicas de ensino, mas sim mudanças nas concepções de sua prática docente.

A formação do professor de educação física para a prática da corrida de aventura pedagogicamente dirigida

A formação do professor de Educação Física faz com que ele conheça e domine os conteúdos básicos relacionados às áreas de conhecimentos que serão objeto de sua atividade docente, isto significa dizer que seu conhecimento não deve ser restrito apenas aos conteúdos básicos da Educação Física (Desportos, Jogos, Danças, Ginástica e Lutas).

Dentro deste contexto é possível afirma que o profissional de Educação Física possui elementos necessários para a aplicação da corrida de aventura nas escolas, isto porque ele além da formação esportiva ele possui conhecimentos que irão contribuir para a melhor execução dos movimentos, sejam no aspecto fisiológico e até mesmo no psicológico, uma vez que, dentro de sua formação esse aspecto é de extrema importância no trabalho com os alunos, pois por meio dele que os limites serão superados.

Considerações finai
s

De acordo com que foi exposto podemos concluir que a corrida de aventura é uma atividade onde residi uma grande riqueza de práticas da cultura corporal de movimento, envolvendo situações de interação social, criando mobilidades afetivas, ajudando na superação de limites e contribuindo para a preservação de diferentes ambientes. Com isso, sua prática corresponde aos objetivos da utilização de diversidades culturais proposta pelos parâmetros curriculares nacionais (PCNs:1998), podendo ser aplicada nas instituições de ensino para o enriquecimento cultural de nossos alunos.

Obs. O autor, acadêmico (João Paulo de Morais Leal Parreiros) é aluno da UNIABEU

Referencias bibliográfica

  • Amorim, Maria de Fátima de Oliveira; PARREIRA, João Paulo de Moraes; SILVA, Ana Patrícia da. Corrida de aventura: lazer, competição, senso de equipe e superação dos limites no ambiente escolar. In: VIII ENFEFE - ENCONTRO FLUMINENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA Escolar, 2004, Niterói. VIII EnFEFE - Cultura e Educação Física escolar. Universidade Federal Fluminense - Departamento de Educação Física e Desporto, 2004. p. 163-166.
  • Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: educação física. Brasília: MEC/SEF, 1998.
  • Hettinger, Theodor. Fique em forma permaneçam em forma. São Paulo: Manole. 1984.
  • Moreira, Evando Carlos. Educação Física escolar: desafios e propostas. Judiai: Fontoura, 2004. in:UVINHA, Ricardo Ricci. Esportes radicais nas aulas de Educação Física do ensino fundamental -pp. 103- 111.
  • Santin, Silvino. Educação Física: temas pedagógicos. Porto Alegre: EST/ESEF, 1992.
  • Webventure, Site sobre corrida de aventura. Disponível em: www.webventure.com.br, acesso em setembro de 2004.