A Prática de Atividade Física Mediada Pelo Meio Geográfico: a Distância Entre as Moradias e as Instalações
Por Dartel Ferrari de Lima (Autor), Lohran Anguera Lima (Autor), Bruno Henrique Hoffmann (Autor), Rafael Eduardo Strey (Autor), Maria das Graças Anguera (Autor).
Resumo
Objetivo. Identificar características de acesso de usuários a espaços públicos para a prática de atividade física (AF), bem como descrever os diferentes tipos de AF sediados nesses espaços (em particular, a caminhada e a corrida), considerando a localização e a acessibilidade às instalações. Métodos. Estudo descritivo, reuniu dados transversais de investigações que exploraram, com mesma metodologia, aspectos relacionados à acessibilidade às instalações públicas apropriadas para a prática de AF, em especial a caminhada, corrida e corrida/caminhada, em municípios de médio e pequeno porte situados no Oeste do Paraná (Brasil). Resultados. Foram entrevistados 98 participantes de ambos os sexos; a caminhada foi a opção de 50% dos entrevistados; 65% se deslocavam ativamente aos locais de atividade, sendo que 76% se deslocavam a pé; o acesso às instalações era predominantemente passivo para residentes a 2 km ou mais de distância, e 80% dos entrevistados residiam até 2 km de distância das instalações. Conclusões. A falta de percepção da potencialidade de espaços possíveis para a prática de AF constitui um obstáculo para a adesão à AF recreativa. Esta abordagem realça a importância da contextualização territorial dos espaços, dado que a relação entre a AF e o espaço urbano não se confina apenas aos locais especialmente destinados à prática de AF, mas também a sua acessibilidade.
Referências
ANDRELOLLI, C. R. D. L. Análise da relação entre a escolha da prática de atividade física na pista de atletismo da Unioeste com a distância da residência do praticante. (Monografia) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2018.
ANDREW, K.; KARLA, A. H. Environmental Correlates of Physical Activity: A Review of Evidence about Parks and Recreation. July 2007. Leisure Sciences, Milton, v. 29, n. 4. P. 315-354, 2007. DOI: 10.1080/01490400701394865.
BESTETT, M. L. T. Ambiência: espaço físico e comportamento. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 601-610, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2014.13083.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conheça cidades e estados do Brasil. [Internet]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/. Acessado em: 02/03/2019.
CERVERO, R.; SARMIENTO, O. L.; JACOBY, H.; GOMEZ, L. F.; NEIMAN, A. Influences of Built Environments on Walking and Cycling: Lessons from Bogotá. Journal International Journal of Sustainable Transportation. Greenville, v. 3, p. 2003-226, 2009 DOI: 10.1080/15568310802178314.
COHEN, D. A.; MCKENZIE, T. L.; SEHGAL, A.; WILLIAMSON, S. et al. Contribution of public parks to physical activity. Am J Public Health. Washington, v. 97, p. 509–514, 2007.
CRUZ, M. s.; BERNAL, R. T.I.; CLARO, R. M. Tendência da prática de atividade física no lazer entre adultos no Brasil (2006-2016). Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 10, e00114817, 2018 . DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00114817.
HILLSDON, M.; PANTER, J.; FOSTER, C.; JONES, A. The relationship between access and quality of urban green space with population physical activity. Public health. London, v. 120, p. 1127–1132, 2006. DOI: 10.1016/j.puhe.2006.10.007.
HOFFMANN, B. H. Análise da relação entre a escolha da prática de atividade física no Lago Municipal Rodolfo Rieger com a distância da residência do praticante. (Monografia) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2018.
JAGO, R.; BARANOWSKI, T.; BARANOWSKI, J. C. Observed, GIS, and Self-reported Environmental Features and Adolescent Physical Activity. American Journal of Health Promotion, Newark, v. 20, n. 6, p. 422-428, 2006. DOI: 10.4278/0890-1171-20.6.422.
KACZYNSKI, A. T.; BESENYI, G. M.; STANIS, S. A. W.; KOOHSARI, M. J.; OESTMAN, K. B.; BERGSTROM, R. et al. Are park proximity and park features related to park use and park-based physical activity among adults? Variations by multiple socio-demographic characteristics. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 11, p. 146, 2014. DOI: 10.1186/s12966-014-0146-4.
KACZYNSKI, A. T.; HENDERSON, K. A. Environmental Correlates of Physical Activity: A Review of Evidence about Parks and Recreation. Leis Sci, Milton, v. 29, p. 315-354, 2007. DOI: 10.1080/ 01490400701394865.
KACZYNSKI, A. T.; POTWARKA, L. R.; SAELENS, B. E. Association of park size, distance, and features with physical activity in neighborhood parks. Am J Public Health, Washington, v. 98, p. 1451–1456, 2008. DOI: 10.2105/AJPH.2007.129064.
LACKEY, K.; KACZYNSKI, A. Correspondence of perceived vs. objective proximity to parks and their relationship to park-based physical activity. Int J Behav Nut Physical Activity. V. 6, p. 1–9, 2009. DOI: 10.1186/1479-5868-6-1.
LEE, Y. Gender. Differences in Physical Activity and Walking Among Older Adults. Journal of Women & Aging. New Jersey, v. 17, n.1-2, p. 55-70, 2005. DOI: 10.1300/J074v17n01_05.
LIMA, A V.; FERMINO A. V.; OLIVEIRA, R. C.; RODRIGUEZ AÑEZ, M. P.; ROMELIO, C.; SIQUEIRA R. S. Distância percebida até as instalações de lazer e sua associação com a prática de atividade física e de exercícios em adolescentes de Curitiba, Paraná, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 8, p. 1507-1521, 2013. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00175912.
LIMA, D. F. Caminhada: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2 ed., 2002.
LIMA, D. F.; LIMA, L. A.; SILVA, M. P. Tendências temporais dos tipos principais de exercício físico e esporte praticados no lazer na cidade de Curitiba, Brasil: 2006-2014. R. bras. Ci. e Mov, Brasília, v. 25, n. 3, p. 98-105, 2017. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/98/0
LIMA, D. F.; PIOVANI, V. G. S.; LIMA, L. A. Prática de futebol recreativo entre adultos residentes nas capitais brasileiras, 2011-2015.
Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v.27, n. 2, p. e2017284, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742018000200013.
MARTINS, R. C.; SILVA, I. C. M.; HALLAL, P. C. Atividade física na população rural de Pelotas, RS: prevalência e fatores associados. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 52, supl. 1, 9s, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000265.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD - OMS. Recomendaciones mundiales sobre actividad física para la salud. Ginebra: OMS, 2010.
PEREIRA, J. M.; MONTEIRO, L. R. Actividades Físicas de exploração da natureza - em defesa do seu valor educativo. Revista Horizonte. Lisboa, v. 69, p. 111-116, 1995.
QUEIROGA, M. R.; FERREIRA, S. A.; BONETI, M. D.; TARTARUGA, M. P.; COUTINHO, S. S.; CAVAZZOTO, T.G. Caracterização do ambiente físico e prática de atividades físicas em unidades básicas de saúde de Guarapuava, Paraná, 2011-2012. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 25, n. 4, p. 827-836, 2016. DOI: 10.5123/S1679-49742016000400016.
RAMOSI C. G. C.; ANDRADEI, R. G.; ANDARADEI, A. C. S.; FERNANDES, A. P.; COSTA, A. S. et al. Contexto familiar e atividade física de adolescentes: cotejando diferenças. Rev Bras Epidemiol, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 537-548, 2017. DOI: 10.1590/1980-5497201700030015.
REIMERS, A. K.; MESS, F.; BUCKSCH, J.; JEKAUC, D.; WOLL, A. Systematic review on measurement properties of questionnaires assessing the neighbourhood environment in the context of youth physical activity behaviour. BMC Public Health. London, v.11, n.13, p. 461. DOI: 10.1186/1471-2458-13-461.
REZENDE, L. F.; RABACOW, F. M.; VISCONDI, J. Y.; LUIZ, O. C.; MATSUDO, V. K.; LEE, I. M. Effect of Physical Inactivity on Major NonCommunicable Diseases and Life Expectancy in Brazil. Journal of Physical Activity and Health, Champaign, v. 12, n. 3, p. 299-306, 2015.
RUNDLE, A.; QUINN, LOVASI, J. G.; BADER, M. D.; YOUSEFZADEH, P.; WEISS, C.; NECKERMAN, K. Associations be,we en Body Mass Index and Park Proximity, Size, Cleanliness, and Recreational Facilities. Am J Health Promot, Newark, V. 27, p. 262-269, 2013. DOI: 10.4278 / ajhp.110809-QUAN-304.
STREY, R. E. Distância percebida até as instalações de lazer e sua associação com a prática de atividade física em adultos de Pato Bragado, Paraná, Brasil. (Monografia) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2018.
The American Heart Association. Physical Activity Guidelines for Americans, 2nd Edition. AHA, Woshington, 2018.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical Inactivity: A Global Public Health Problem. Geneva, WHO, 2018.
WOLCH, J.; JERRETT, M.; REYNOLDS, K.; MCCONNELL, R.; CHANG, R.; DAHMANN, N.; BRADY, K.; GILLILAND, F.; SU J. G.; BERHANE, K. Childhood obesity and proximity to urban parks and recreational resources: a longitudinal cohort study. Health & Place, Edinburgh, v. 17, p. 207-214, 2011. DOI: 10.1016/j.healthplace.2010.10.001.