A prática pedagógica de um professor de educação física com o ensino do stand up paddle
Por Elionaldo Bringel de Lima (Autor), Elionaldo Bringel de Lima (Autor).
Resumo
O Stand Up Paddle (SUP) é um esporte praticado no meio líquido e a sua prática constitui-se no ato de remar em pé sobre uma prancha. Nesse sentido, o objetivo desse estudo é relatar uma experiência exitosa com o ensino do SUP na escola e possibilitar uma discussão crítica sobre a tematização das práticas corporais de aventura na natureza na Educação Física Escolar. Essa prática políticopedagógica buscou dialogar com o currículo da Rede Municipal de Ensino de Juazeiro-BA. O projeto foi desenvolvido com 70 estudantes entre 13 e 15 anos de duas turmas dos anos finais do ensino fundamental (8ª e 9ª ano) de uma escola. Foram realizadas um total de 20 aulas, sendo duas semanais, dividida em sete momentos, a saber: 1) introdução e contextualização do SUP; 2) construção de pranchas de garrafas PET; 3) produção textual; 4) produção audiovisual; 5) apresentação de seminário; 6) conscientização ambiental; 7) aula prática de SUP no Rio São Francisco. Inicialmente foi realizado um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre a modalidade, feito isso foi apresentado um vídeo de como construir pranchas com garrafas PET. Posteriormente a turma foi dividida em grupos para coletas das garrafas e construção de suas respectivas pranchas, possibilitando assim uma discussão crítica sobre a preservação do meio ambiente e reciclagem. Por meio dessa ação destacou-se a autonomia, o trabalho coletivo, a pesquisa, organização, criatividade, liderança e respeito às diferenças, oportunizando o estudante ser o centro da aprendizagem, trazendo conhecimentos informais da convivência do dia a dia para o ambiente escolar. As aulas práticas do SUP aconteceram nas margens do Rio São Francisco, em local conhecido como prainha. O espaço foi previamente reconhecido e sinalizado com boias de isopor pela equipe de professores de Educação Física. Os estudantes receberam orientações em solo e somente entravam em contato com a água com uso obrigatório de colete salva vidas e acompanhado pelo docente. Nesse momento, o estudante era convidado para iniciar a aula, de joelhos sobre a prancha com utilização do remo (posição de maior estabilidade). Após receber todas as orientações possíveis e ganhar mais confiança na vivência do novo esporte, os estudantes se aventuravam em pé, cada um de sua maneira, praticando o esporte que outrora não conheciam. O incentivo às práticas corporais de aventura na natureza podem ser grandes ferramentas de melhor convívio e educação ambiental, uma vez que possibilitam uma nova relação entre seres humanos e meio ambiente.