Resumo

Este estudo objetiva analisar a prática pedagógica do professor de Educação Física - Atitudes de violência no contexto escolar em suas abordagens metodológicas e nas intervenções pedagógicas. Na pesquisa buscou-se a formação do profissional de Educação Física, suas concepções e perspectivas de mudanças, bem como a valorização do corpo na prática pedagógica, que muitas vezes torna-se o ponto inicial da violência no contexto escolar, apresentando o esporte de cooperação como uma possível alternativa para mudança metodológica desta prática. A metodologia foi desenvolvida de forma qualitativa, através de uma pesquisa exploratória junto a três cidades da região Oeste do Paraná. As escolas foram escolhidas intencionalmente devido sua localização geográfica compondo uma amostragem de 18 professores de Educação Física e 170 alunos, escolhidos aleatoriamente. O procedimento metodológico foi composto por entrevistas semi-estruturadas e de observações, onde constatou-se a existência de atitudes de violência destes profissionais. Estas atitudes estão relacionadas com suas práticas e com a predominância equivocada do esporte. Práticas simbolicamentes interpretadas como atos agressivos demonstradas através da não valorização da aula, do tom de voz no chamar a atenção dos alunos, na ironia como tratamento com outros, no menosprezar principalmente os menos habilidosos ( na grande maioria do sexo feminino), em punição diferenciada entre alunos com o mesmo problema ocasionando desigualdade, na comparação entre eles e na consciência de julgamento, omissão de informação junto à correção de fundamentos básicos da aula e principalmente na exclusão e desvalorização de alguns alunos. Em relação ao esporte, na utilização desse como atividade técnica e de exclusão, esquecem-se, de que ele realizado de forma lúdica da prazer, felicidade e transforma-se em algo agradável, independente de sermos os vencedores ou não. No tecer da discussão apresentamos algumas reflexões quanto a importância de mudanças nesta postura do profissional, utilizando algumas categorias de Paulo Freire, consideradas fundamentais como a afetividade e dialogicidade, sem as quais torna-se difícil a conscientização e renovação no jeito de ensinar.

Arquivo