A Precocidade da Atuação Profissional dos Acadêmicos do Curso de Educação Física da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza - FAMETRO: os Impactos na Formação do Futuro Professor
Por V. A. S. Neto (Autor), E. L. Melo (Autor), T. C. C. Silva (Autor), J. Fernandes (Autor), J. R. Ferreira Júnior (Autor).
Resumo
Na busca pelo entendimento das novas relações de mercado existentes na área da Educação Física, a mercantilização das práticas corporais presentes na sociedade neoliberal e percebendo a proliferação de cursos de graduação, surge o interesse no entendimento das relações entre o graduando e o mercado de trabalho, tendo como objetivo investigar o perfil dos acadêmicos do curso de Educação Física da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza - FAMETRO. Buscou-se com este estudo fazer um resgate histórico da educação física no Brasil, identificando o perfil do profissional desejado, tendo como referência a legislação federal do século XX, procurando identificar aspectos comparativos com as tendências atuais, onde o desenvolvimento curricular acadêmico proporcionou avanços significativos no horizonte docente, percebendo ideias e angustias no desenvolvimento histórico que permeiam as diretrizes curriculares na formação profissional no âmbito da Educação Física, promovendo uma melhor qualificação no campo de atuação, relevando questões políticas, competências e conhecimento da área. Para compreensão geral do tema foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental e para a materialização do estudo foi realizada uma pesquisa de campo de modo transversal com abordagem quanti-qualitativa com aplicação de um questionário semi-estruturado. Concluiu-se com os resultados obtidos que os acadêmicos do curso de educação física entram de maneira gradativa no mercado de trabalho já no primeiro semestre, antes mesmo das disciplinas que abordariam a prática profissional. Tal entrada tende a aumentar conforme o passar dos semestres. Incialmente, no primeiro semestre, 21,2% afirmaram estar atuando na área, já no quarto semestre este número chega a 51,8%, ou seja, mais da metade dos estudantes já estariam atuando como profissionais. Podemos elencar duas questões centrais para o debate: a ilegalidade da atuação uma vez que somente no quinto semestre este aluno poderia atuar na modalidade estágio e a precarização do serviço oferecido a sociedade civil partindo do pressuposto que a formação é fundamental para a atuação e prática profissional. Temos, portanto, configurada a precarização do trabalho do professor de educação física bem como a desvalorização da formação por parte destes alunos, onde a entrada precoce no mundo do trabalho pormenoriza a futura atuação desses sujeitos quando graduados.