Resumo

Os Jogos Estudantis Brasileiros foram criados em 1969 e tinham foco na descoberta de talentos. Esta opção se relacionava a legislação da época (Lei nº 6.251, 1975) que organizou o cenário esportivo em função do desenvolvimento de atletas para participar em competições internacionais e desta forma mostrar a potência do país. Se parecia atender aos talentos esportivos, deixava a grande maioria dos estudantes de fora, e por isto ficou conhecida como modelo piramidal (Costa, 2015). Os ventos da democracia alcançaram o país na década de 80 e levaram aos jogos novas perspectivas. Já com o nome de Jogos Escolares Brasileiros, a preocupação com aspectos educacionais fica mais evidente ao mesmo tempo em que o discurso contra o esporte de rendimento ganha espaço na organização do evento (Kiouranis, Salvini & Marchi 2017). Uma característica marcante dos jogos escolares em mais de cinco décadas de existência, foi a mudança de nomenclatura e orientação (Arantes, Martins & Sarmento, 2012; Arantes, 2022). Em 2005, já com recursos advindos da Lei nº 10.264 (2001), que possibilitaram organizar e planejar o esporte Olímpico brasileiro, e identificados por Olimpíada Escolar (Tubino, 2010) os jogos passaram a ter forma de financiamento estável. Esta nova situação possibilitou seu crescimento e o tornou referência na organização de eventos para jovens atletas, recebendo inclusive várias delegações internacionais para competir. Este período marcou o protagonismo do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e concomitantemente o afastamento do Ministério do Esporte da organização do evento. Mudanças ocorreram na etapa atual, iniciada em 2017, por conta da redistribuição dos recursos que financiavam os jogos. Foi introduzida uma nova entidade para organizar o esporte escolar, a Confederação Brasileira de Desporto Escolar – CBDE (Arantes, 2022), que passou a organizar o evento a partir de 2021.