A Produção Acadêmica da Educação Física Sobre o Ensino a Distância
Por Marcos Ruiz da Silva (Autor), Sidney Gilberto Gonçalves (Autor), Paloma Herginz (Autor).
Em XV Congresso de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
A oferta de cursos de graduação em Educação Física na modalidade a distância, surgiu no ano de 2006 em nosso país, pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) com o ingresso de 73 alunos. Em uma década, houve um crescimento no número de matriculados, chegando em 2016 a 71.670 alunos (65.020, bacharelado e 6.650, licenciatura), oriundos dos 34 cursos (27 em licenciatura e 7 em bacharelado), oferecidos por instituições públicas e privadas (BRASIL, 2017). Diante desse panorama, este trabalho objetivou analisar qual espaço que essa temática ocupou na produção acadêmica da área. A pesquisa utilizou como fonte, artigos científicos encontrados no site Periódicos Capes e Google Acadêmico, a partir das palavras chaves: Educação Física e ensino a distância. Foram encontradas 20 produções, sendo 18 artigos científicos e 2 teses. Apesar do recorte temporal para a seleção dos artigos estar concentrada entre os anos de 2005 a 2018, foi detectada uma tese produzida no ano de 2000. A produção está distribuída da seguinte forma: nos anos de 2005, 2007 e 2012 houve 1 produção em cada ano; nos anos de 2010, 2011, 2014 e 2018, duas publicações por ano; no ano de 2013, oito publicações, nos demais anos, não houve alguma publicação. Os estados com maior número de publicações foram: Goiás com quatro e Santa Catarina e São Paulo com cinco, cada. Esses dados caracterizam que as discussões sobre a Educação Física na modalidade a distância tem sido objeto dos agentes que estão ligados de alguma forma a essa modalidade de ensino e ainda, não demonstra relevância quantitativa na produção acadêmica em relação aos demais temas já estabelecidos. Outros estudos demonstram que as pesquisas nas ciências biológicas, mais especificamente na fisiologia, são hegemônicas, refletindo uma construção histórica na área da Educação Física (Rosa; Leta, 2011). Isto confirma a leitura que Silveira e Lopes (2013) fazem da pesquisa acadêmica na área. Isto porque, segundo os estudos dos autores, há uma desigualdade nesse campo acadêmico, na qual, a predominância de algumas áreas está associada ao número de linhas de pesquisa dos programas de pós-graduação stricto sensu, os investimentos destinados pelo governo, dentre outras variáveis. Apesar do crescimento nas pesquisas da Educação Física nas ciências Humanas, não é expressivo o crescimento das pesquisas na área sobre o ensino a distância. No entanto, o expressivo crescimento de egressos na Educação Física a partir desta modalidade, indica a necessidade da área acadêmica discutir o assunto de forma mais presente.
Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Sistema e-MEC. Disponível em: http://emec.mec.gov.br/. Acesso em: 28 jun. 2017.
SILVEIRA, Raquel; LOPEZ, Luiza Azevedo. Periódicos da Educação Física e suas publicações sobre o voleibol: o que está em jogo? In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte (CONBRACE), 02 a 07 de agosto de 2013, Brasília, DF, Anais, Brasília, DF, 2013. Disponível em: congressos.cbce.org.br/index.php/conbrace2013/5conice/paper/download/.../2722. Acesso em: 13 de jul. de 2018.
ROSA, Suely.; LETA, Jaqueline. Tendências atuais da pesquisa brasileira em Educação Física. Parte 2: a heterogeneidade epistemológica nos programas de pós-graduação. Rev. bras. educ. fís. esporte (Impr.) v. 25 n. 1, São Paulo, jan./mar., p. 7-18, 2011.