Resumo

Este trabalho pretende analisar o documento de controle de doping da Federação Internacional de Natação (FINA), buscando refletir sobre as premissas básicas que embasam a existência deste conjunto de regras. A natação como modalidade competitiva é regulamentada através de uma cadeia burocrática que parte do Comitê Olímpico Internacional (COI), ao qual a FINA está associada e que, por sua vez, atua como monopólio que unifica as regras que devem ser seguidas pelas federações nacionais em suas competições. No que tange as regras antidoping, esta cadeia unifica a regulamentação imposta pelo COI através da World Anti-Doping Agency (WADA), criada para desenvolver a base científica que sustenta a política antidoping no esporte. A WADA é responsável por divulgar anualmente o World Anti-Doping Code e a atualizar a Lista de Substâncias Proibidas. Estes documentos possuem validade legal para todos os esportes ligados ao COI, de modo que as federações internacionais devem seguir estas deliberações, fazendo-as valer dentro de sua jurisdição. O documento que irei analisar é a aplicação direta destes documentos no universo da natação a nível internacional. A hipótese de que parto é de que o documento funciona como uma tecnologia disciplinar, que produz a norma da corporalidade atlética a partir da cristalização de pressupostos discursivos sobre o corpo, que tomam a forma de “verdades”, como a clássica dicotomia entre corpo e sujeito.

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