Resumo

Visto que a atividade epistemológica é necessária para qualquer área do conhecimento e que sempre está aberta à novas interrogações, o objetivo desse artigo é tecer reflexões sobre publicações da Revista Brasileira de Ciências do Esporte (1979-2003), mais especificamente sobre os conceitos de corpo e saúde e estabelecer relações com as práticas educativas na Educação Física. Diante das discussões apresentadas destacamos que a Educação Física, a partir de meados da década de 80 passa a organizar o conhecimento de modo plural, mas o que prevalece é a polarização das abordagens biológica e histórico-social, o que colabora com a disputa entre elas. Apesar do início de diálogo entre os referenciais das ciências humanas e das ciências naturais, compreendemos que um dos desafios para a área é organizar o conhecimento com base numa racionalidade ampliada que favoreça o diálogo com diferentes lógicas de compreensão, sem favorecer a hierarquização de qualquer tipo de conhecimento. Além da possibilidade dos conceitos se materializarem em práticas educativas, quando estes são incorporados, identificamos que várias práticas educativas que não estão em sintonia com algum tipo de discurso; que oferecem resistência à ele, propiciam outras condições para a emergência de novas regras que favorecem a reorganização de conceitos e a construção de novos discursos.

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