A profissionalização da carreira esportiva no futebol de mulheres no Brasil: trajetórias das atletas de elite
Por Gabriela Borel Delarmelina (Autor).
Em III Seminário Online do Ludopédio – Mulheres e futebol: pesquisar, trabalhar, torcer e jogar
Resumo
Descrever como as mudanças recentes no futebol de mulheres brasileiro têm influenciado o desenvolvimento da carreira esportiva e das percepções e expectativas das atletas quanto à profissionalização da modalidade. Método: Foram entrevistadas 20 jogadoras que fazem parte de clubes que disputaram a série A1 do futebol brasileiro no ano de 2021 e 2022. A análise temática indicou dois temas que serão explorados a seguir. Resultados: “A existência de contratos, salários ou a formalização de uma jogadora como profissional” diz respeito ao cenário de mudança de vinculação das jogadoras de futebol a seus clubes, deslocando a dupla carreira como principal meio. Há dois problemas vinculados ao contexto: a duração desses contratos, para quem o possui; e a não existência deles em alguns clubes e regiões brasileiras. Seguidamente, a “Legitimação das mulheres enquanto profissionais” passa pelo reconhecimento social, mas principalmente sobre as próprias construções de suas identidades como jogadoras de futebol. As mulheres, de modo geral, consideram-se como outra categoria mais similar à base, não como uma categoria que está no mesmo nível de jogo - e de profissionalização - dos homens. Essa impressão corrobora para o fato de que elas podem exercer uma carreira de elite, mas ainda dentro do espectro amador, como apontado por Stambulova e colaboradores (2009). Conclusão: Embora tenhamos motivos para otimismo diante do crescimento e reconhecimento do futebol de mulheres, existem desafios a serem enfrentados.