Resumo

Na França, o currículo para a Educação Física (EF) coloca as atividades ginásticas numa gama de competências denominada “Realização de práticas corporais para fins artísticos e acrobáticos”, juntamente com práticas artísticas como a Dança e o Circo. Mas qual o lugar da “arte ou do componente artístico” nas atividades ginásticas? A presença de gestos estéticos é suficientes para considerar a ginástica como uma atividade artística? Definir o termo “artístico” no campo desportivo é difícil, devido à dicotomia que se carrega historicamente entre os termos técnica e arte (nesse campo). Nossa análise foca na Ginástica Rítmica (GR), que parece ser um exemplo emblemático acerca dessa divisão entre técnica e arte, porque de um lado possui técnicas rígidas, prescrições detalhadas e regras; e por outro lado, possui a graciosidade, a criatividade e a expressão própria da ginasta. Nós acreditamos que há categorias fragmentadas e muito esquemáticas (estanques) para definir a ginástica e as atividades dos praticantes, e por isso, devemos analisar a articulação dessas categorias. Desse modo, primeiramente apresentamos uma visão geral acerca da GR como uma prática escolar com diferentes formas de ensinar; em seguida uma análise histórica sobre a configuração da GR como um esporte, destacando a instransponível lacuna entre as práticas escolares e as desportivizadas (que se constituíram ao longo do tempo), e buscando a conexão entre os aspectos técnicos e artísticos. E por fim, propomos três significativos pontos de articulação (denominados “jogos”), combinando de forma muito próxima as exigências técnicas e as demandas artísticas da modalidade. Consideramos que a variação desses três tipos de “jogos” (de criatividade, execução com graciosidade e de representação) é o produto do dinamismo do processo histórico desse esporte que ora denominamos de “artístico”. Assim, a partir dessa narrativa, apresentamos uma proposta de ensino da GR por meio de jogos para praticantes iniciantes, que visa promover as qualidades artísticas da prática da GR.

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