Resumo

Questionar ‘o que é’ a Promoção da Saúde (PS) é relevante para buscar avançar na sua compreensão e, principalmente, na sua operacionalização. Algumas reflexões sobre o campo da PS ainda persistem, apesar das inúmeras publicações sobre o tema, tornando possível que tais questões ainda sejam exploradas e sendo necessário fornecer elementos para que ela seja efetivada no cotidiano. Ainda restrita da PS, até mesmo de pesquisadores(as) da Saúde Coletiva e buscou-se avançar em reflexões sobre a PS por meio da análise temática das contribuições de trabalhadores(as) e gestores(as) da AB e de especialistas, a partir das seguintes categorias: a Promoção da Saúde e a prevenção de doenças; a dimensão da Atenção à Saúde referente ao Cuidado na Promoção da Saúde; a mudança comportamental e a construção de modos de vida saudável; o papel do setor saúde na Promoção da Saúde; a abordagem individual; e os princípios da Promoção da Saúde, como a Intersetorialidade e outros. Como forma de exemplificar algumas querelas conceituais sobre as quais esta tese se debruçou, destacam-se que algumas interpretações das distinções entre PS e prevenção de doenças são tão estanques e que, ao tomar-se partido pela PS, seria possível afirmar que prevenir doenças é quase indesejável. Há, ainda, a ‘armadilha’ conceitual e discursiva relacionada à vertente crítica da PS, que afirma que uma ação de saúde, a priori, não seria PS porque está voltada à modificação de fatores de risco. Como principais achados da pesquisa, afirma-se que a dimensão da atenção à saúde é essencial para a construção teórico-prática da PS, compreendida como uma forma de produzir saúde que não pode prescindir da Atenção à Saúde, assim como não pode se restringir a ela. E que a PS, não está apenas nos fins, mas principalmente nos meios, na forma como as ações de saúde são planejadas e executadas, com a presença de alguns elementos que são os seus princípios.

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