Resumo

O presente estudo, que pretende constituir-se em mais uma contribuição para o debate no interior da Educação Física, caracteriza-se por enfatizar a reflexão, no âmbito específico da Educação Física de 1º e 2º graus, das formas de concretização e das conseqüências produzidas pelos pressupostos e objetivos da política educacional tecnicista, implantada no Brasil, após 1964. Para abordar a temática utilizamos um enfoque metodológico crítico qualitativo. Apoiamo-nos principalmente em bibliografias críticas da área da educação e, especificamente, da área de Educação Física. Além disso, lançamos mão de alguns dados documentais a título ilustrativo. A partir disso, procuramos construir um referencial que fosse capaz de, por um lado, situar a Educação Física no contexto educacional e, por outro lado, preservar, destacar suas peculiaridades enquanto disciplina curricular. Além das notas introdutórias, o estudo constitui-se de mais cinco capítulos. Num primeiro capítulo, teceremos alguns comentários gerais a respeito da conjuntura educacional do momento em que foi elaborada a proposta foco desse estudo. No segundo capítulo, com base na leitura principalmente de Schultz, descreveremos alguns princípios básicos da Teoria do Capital Humano, suporte sócio-econômico da Pedagogia Tecnicista. Ainda neste capítulo, subsidiando-nos prioritariamente em autores como Salm, Freitag, Frigotto, Arapiraca, Rossi, abordaremos algumas das principais críticas sobre os princípios da Teoria do Capital Humano quanto à educação. Faremos também considerações sobre as conseqüências reais para a escola pública, da aplicabilidade dos pressupostos teóricos tecnicistas. A partir do terceiro capítulo, iniciamos o que podemos chamar de um segundo momento do trabalho, onde as considerações voltar-se-ão para as peculiaridades da Educação Física. No terceiro capítulo, faremos uma breve contextualização da realidade interna da Educação Física no momento da elaboração da política educacional tecnicista. O quarto capítulo abarca algumas reflexões sobre a influência e conseqüências dos princípios liberais da Teoria do Capital Humano junto à Educação Física esportivizada. No quinto e último capítulo, faremos alguns comentários a respeito das possibilidades, dos perigos e da viabilidade da utilização do esporte moderno enquanto um conteúdo capaz de contribuir para a construção de uma proposta progressista de Educação Física de 1º e 2º graus.

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