Resumo

Com base numa pesquisa feita junto aos usuários de um Centro de Atividades incumbido de prover Assistência Social aos industriários das classes menos favorecidas, esta tese questiona a existência do Lazer como um Conceito criado institucionalmente afim de prover o descanso do homem trabalhador. Uma vez que algumas civilizações, anteriores à Revolução Industrial, condenavam o ócio desse mesmo homem, foi preciso fazê-lo trabalhar para conceder-lhe, então, direito a um descanso "merecido". Através de uma superficial abordagem histórica, levantamos diversos outros Conceitos ligados - direta ou indiretamente - ao conceito do Lazer, e que o teriam sustentado, tal como o conceito do Tempo Livre. Este tal Conceito, aqui, é mais tomado como concepção funcionalista do Lazer, que teria obrigado o homem a aproveitar seu tempo livre agindo de forma "útil" a si próprio e à sociedade. Assim como o aproveitamento funcionalista do Lazer é apresentado, outros Conceitos, tais como a necessidade de uso do Lazer na Educação e para a Saúde, também são abordados, de maneira a consubstanciar a existência do Lazer. Toda esta abordagem é aplicada a atuação do citado Centro de Atividades Assistencialistas, de forma a mostrar que sua implantação visa a intervenção na sociedade para amenizar situações de desigualdades classistas. Servindo, hoje, a diversas classes sociais, este Centro de Atividades utiliza-se de certas normas estabelecidas pela Instituição que o rege. No entanto, suas atividades práticas deixam muito a desejar, especialmente no que se refere à qualidade do serviço oferecido aos usuários. As normas que determinam a realização destas atividades, segundo o que apontam os resultados das pesquisas que embasaram esta tese, somente funcionam na teoria, facilitando a realização de eventos e afins. Sua prática, entretanto, é falha e nem sempre atende às reais necessidades dos usuários. Embora achem as atividades convenientes e de qualidade, sabe-se que o grau de exigência dos próprios usuários, neste sentido é baixo, uma vez que os mesmos não tem plena consciência do que seria uma melhor qualidade nas atividades que lhe são oferecidas. Sendo assim, aqui cogitamos a possibilidade de redimensionar os programas oferecidos através do que foi verificado nas pesquisas realizadas entre usuários. O mais importante, porém, seria estudar formas para reeducar os funcionários do citado Centro de Atividades, para que este servisse como um modelo experimental para outros Centros de Atividades regidos pela mesma instituição. Mais comprometimento dos funcionários, certamente, levaria a uma significativa melhoria da qualidade dos serviços, tornando-os, de fato, de maior valor social.

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