Resumo

14 mar 2022_15h41

Isadora Martini gostava de ler poemas. Separava os mais bonitos para declamar nos eventos do Centro de Tradição Gaúcha na cidade de Chapecó, em Santa Catarina, onde mora com o marido. Dona de uma memória fotográfica afiada, decorava todos versos em poucos minutos. Também era fã dos romances de Paulo Coelho, lia livros de aventura, crônicas, literatura espírita e, para a faculdade de medicina veterinária, artigos científicos e textos sobre fisiologia e bioquímica. Mas há um ano o prazer da leitura desapareceu. Martini, uma jovem de 28 anos, desenvolveu problemas de concentração e memória – e acompanhar as frases de um texto de repente se tornou impossível. Nos picos de confusão mental, cada vez mais frequentes, ela olha para as letras espalhadas no papel e não consegue juntá-las em palavras que façam sentido. Quando, com sorte, Martini forma palavras, simplesmente não consegue entender o significado delas. “Não posso mais confiar no meu cérebro”, lamenta. “Se estiver escrito ‘vassoura’, minha cabeça vai dizer que é ‘tesoura’, ‘cenoura’, ou qualquer coisa parecida. É muito angustiante ver a palavra e não conseguir entender”, diz ela. 

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