Resumo

Sobreviventes da COVID-19 frequentemente apresentam sintomas, como cansaço e fadiga. Uma hipótese para a manifestação desses sintomas tardios é a alteração do fenótipo muscular em decorrência da resposta imunológica exacerbada durante a infecção aguda. OBJETIVO: Avaliar se os níveis inflamatórios durante a internação têm efeito no fenótipo muscular em sobreviventes da COVID-19. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo com sobreviventes da COVID-19, internados entre março/2020 e abril/2021 e que realizaram seguimento 3-9 meses após a alta. A inflamação durante a internação foi avaliada pela razão neutrófilo linfócito (NLR) e os pacientes divididos em dois grupos: baixa inflamação (NLR≤4,2) e alta inflamação (NLR>4,2). O fenótipo muscular, incluindo área do músculo esquelético [SMA; (cm²)], radiodensidade [SMD; (HU)] e índice de músculo esquelético [SMI; (cm²/m²)], foram avaliados pela tomografia computadorizada, em nível de L1, usando o software SliceOMatic. Na análise estatística foram realizados os testes t student e Chi-square para diferenças entre grupos durante a internação; e ANOVA two-way (post-hoc Bonferroni), para as alterações entre grupos no seguimento; P≤0,05; SPSS. RESULTADOS: Foram avaliados 57 pacientes (NLR>4,2: n=40; 53,9±13,5anos vs. NLR≤4,2: n=17; 63,6±10,8; p=0,01). Durante a internação, os pacientes com alta inflamação e baixa inflamação apresentaram fenótipo muscular semelhante.

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