A Representatividade do Estado de São Paulo na Ginástica Artística Feminina Brasileira
Por L. B. Q. Lima (Autor), L. Marconi Schiavon (Autor).
Resumo
A Ginástica Artística (GA) é uma modalidade cada vez mais disseminada no país. O Brasil será sede dos próximos Jogos Olímpicos em 2016 e certas modalidades como a GA, merecem atenção pela quantidade de 26 medalhas que a mesma pode proporcionar a um país. A região Sudeste do Brasil, além de ser a região mais populosa e com maior relevância econômica do país, apresenta a Federação com maior número de entidades filiadas das federações estaduais de Ginástica brasileiras, a Federação Paulista de Ginástica (FPG). Nessa Região, o estado de São Paulo destaca-se pela numerosa população, pela maior representatividade econômica do país, além de ser o Estado que mais investiu no esporte nos últimos dez anos (IBGE, 2003, 2009). Desta forma, esta pesquisa documental, pretende investigar a representatividade atual do estado de São Paulo na Ginástica Artística Feminina (GAF) brasileira, por meio da análise de dois tipos de documentação: 1. Resultados de quatro anos do Campeonato Brasileiro de GAF, competição nacional relevante e de significativa repercussão no país; 2. Registro de dez anos do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. Tendo em vista os resultados dos Campeonatos Brasileiros de GAF, os participantes e as instituições nos quatro anos analisados (2011, 2012, 2013 e 2014) em suas diferentes categorias e níveis, observa-se, primeiramente, que o estado de São Paulo mostrou-se, quantitativamente, um importante formador de ginastas, sendo o Estado com maior número de ginastas participantes em, praticamente, todas as categorias e níveis de Campeonatos Brasileiros, com exceção apenas no Pré-infantil B em 2011 e 2012. Além disso, São Paulo foi o estado com maior número de entidades inscritas, o que aponta uma diversidade de locais disponíveis para a prática da modalidade no Estado. Porém, ao observar a qualidade das ginastas, tendo como referencia os resultados obtidos, há uma disparidade. Nas categorias Juvenil A e Adulto, faixa etária na qual as atletas estão aptas a participar dos Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais, o desempenho do Estado de São Paulo diminui em relação às categorias de base, tendo um número reduzido de medalhas. Com relação ao investimento do país em atletas da GAF, até o ano de 2014, 120 atletas foram contemplados com a Bolsa Atleta, sendo 25% ginastas procedentes do estado de São Paulo. Desta forma, São Paulo foi o segundo Estado com maior número de bolsas na GAF, ficando atrás apenas do Estado do Rio de Janeiro com 32% das bolsas. O Estado de São Paulo mostra-se como uma região relevante do ponto de vista da prática da modalidade, porém aparenta ter dificuldades para o desenvolvimento de ginastas de alto rendimento esportivo na GAF. É um Estado que possui um número elevado de praticantes e um investimento maior que outros estados, contudo não tem sido eficiente na condução de suas ginastas para o alto rendimento esportivo, raramente, fazendo parte das representantes brasileiras da modalidade em Jogos Olímpicos.