Resumo

Esta pesquisa foi desenvolvida com o intuito de discutir as questões da responsabilidade social (RS) e verificar se as mesmas se aplicam ou não nas políticas e procedimentos dos clubes de futebol Brasileiro no desenvolvimento do trabalho de formação de praticantes. Os clubes atuam como tutores por um longo período da vida de crianças e adolescentes, que vivenciam a fase de aprendizagem até alcançarem o profissionalismo. Por definição, RS é a relação de uma organização com seus diversos stakeholders, a respeitar as regras de mercado, a legislação inerente a sua atividade, o desenvolvimento e respeito aos colaboradores internos e as contribuições possíveis para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Assim, foi estudado e analisado algumas das principais teorias aplicáveis à RS no ambiente corporativo, bem como os indicadores utilizados para o estabelecimento de parâmetros para o tema que servem como base fundamental para se mensurar a aplicabilidade da RS nas organizações. A partir daí, elaborou-se uma entrevista com treze tópicos que interligam a RS do ambiente corporativo com as características comuns à formação de praticantes no futebol. Esta, por sua vez, foi aplicada nos quinze principais clubes do Sul e Sudeste do Brasil por meio da visão e caracterização realizada pelo principal gestor do setor de formação de praticantes dos respectivos clubes. Os resultados indicaram que os clubes investigados cumprem, em partes, com as teorias propostas em termos de RS. Contudo, este cumprimento acontece apenas informalmente, ou seja, não existem procedimentos formais de trabalho inseridos na cultura organizacional, apenas ações isoladas que caracterizam analogia a estas práticas. Com base no estudo, a análise e discussão dos dados obtidos na pesquisa de campo permitiram a proposição de uma carta de princípios em RS aplicável à formação de praticantes desportivos, cujo intuito é o de se buscar uma adaptação a fim de se promover uma melhor convivência entre os aprendizes e as entidades de prática desportiva, a possibilitar melhores condições sociais estas crianças e adolescentes.