Resumo

O vice-campeonato na Copa do Mundo de 1950 recebeu por parte da imprensa esportiva nacional uma narrativa que apontava a final do mundial como o maior vexame da história do esporte brasileiro. Após a eliminação da seleção brasileira da Copa do Mundo de 2014 pelo placar de 7 a 1 para a Alemanha, a derrota de 50 foi ressignificada na edição do dia seguinte do jornal O Extra. Neste artigo analisa-se esse processo de atualização do Maracanazo mediante alguns vieses: o questionamento do papel da imprensa na construção das narrativas esportivas e o seu grau de reflexão ética presente nesse processo; a construção da memória coletiva nacional sobre essa derrota; a condenação da memória dos atletas envolvidos na derrota brasileira; o direito ao esquecimento negado a esses personagens.