Resumo
Na década de 1930, algumas das manifestações da cultura popular de massa, foram concebidas como símbolos de identidade nacional. Especialmente a partir da implantação do regime do Estado Novo, em 1937, tal idéia foi reforçada. Ela contou com o incentivo de representantes do governo federal, através de órgãos oficiais como o Departamento de Imprensa e Propaganda. Nesse período, várias perspectivas analíticas discutiram o sentido da (re) interpretação de determinados elementos, cujas peculiaridades poderiam remeter a símbolos de unidade da nação. O futebol, como prática esportiva de grande alcance popular, fora objeto dessas reflexões. A realização de campeonatos mundiais, iniciados em 1930, demonstrava o interesse despertado pelo esporte, cabendo-lhe novos sentidos para sua interpretação, como algo que ia além do âmbito esportivo. A verificação do gradativo aumento de espaço destinado às notícias relacionadas aos clubes, e à seleção brasileira, ampliava-se nos periódicos de grande circulação, revelando, em parte, a medida desse interesse. A construção do Maracanã reforçou a dimensão dos significados atribuídos ao esporte. Ao conquistar a Copa do Mundo em 1958, o Brasil passou a ser conhecido como o país do futebol. Esta Tese analisa as razões que levaram à idéia de que o futebol configurou-se, entre as décadas de 1930 e 1950, como um dos símbolos de identidade nacional.